O governo japonês planeja revisar a lei de proteção e gestão da vida selvagem para permitir que os municípios autorizem “abates emergenciais” realizados por caçadores quando animais entrarem em áreas povoadas, informou uma fonte próxima ao assunto. A decisão ocorre em meio a um aumento significativo nos ataques de ursos no país.
Atualmente, a lei permite que apenas a polícia autorize o abate emergencial de animais selvagens quando há risco imediato para a população. A nova proposta visa possibilitar uma resposta mais rápida e eficaz, atribuindo também aos governos locais a capacidade de agir preventivamente.
O primeiro-ministro Shigeru Ishiba planeja apresentar a emenda proposta ao parlamento durante a sessão ordinária da Dieta, prevista para começar em janeiro. Caso aprovada, a nova legislação deverá entrar em vigor em 2025.
Aumentos nos Ataques e os Motivos
Nos últimos anos, ataques de ursos tornaram-se cada vez mais comuns em áreas urbanas no Japão. No período encerrado em março de 2024, o Ministério do Meio Ambiente registrou um número recorde de 219 vítimas, incluindo seis mortes, relacionadas a incidentes com ursos.
Especialistas apontam que o aumento dos ataques está ligado à escassez de alimentos naturais nos habitats dos ursos, como nozes, devido a colheitas fracas. Isso tem levado os animais a se aproximarem de áreas habitadas por humanos em busca de alimento.
Restrições Atuais e a Necessidade de Mudanças
A legislação vigente proíbe a utilização de armas de fogo em zonas residenciais ou locais com grande concentração de pessoas, como praças e estações de trem. Essas restrições dificultam a resposta rápida em situações de emergência envolvendo animais selvagens.
Com a revisão da lei, espera-se que as autoridades locais possam agir com maior agilidade para proteger as comunidades. A medida também busca promover um equilíbrio entre a conservação da fauna e a segurança dos cidadãos.
A proposta é um reflexo dos esforços do governo japonês para lidar com o aumento das interações homem-animal em um contexto de mudanças ambientais e escassez de recursos naturais. Caso implementada, a nova lei representará um marco na gestão da vida selvagem no Japão.