O aumento contínuo dos preços no Japão segue sem dar sinais de trégua. De acordo com o Teikoku Databank, mais de 3 mil itens de alimentos e bebidas terão reajuste em outubro, sendo 2.262 apenas do setor de bebidas — exceto sucos. Produtos populares como natto, yakisoba, mochi, além de doces e chocolates da Glico também estão na lista dos que ficarão mais caros.
Diante desse cenário, empresas têm adotado estratégias criativas para aliviar o impacto nos consumidores e, ao mesmo tempo, manter sua base de clientes.
Um exemplo é a Costco Japan, que aumentou sua taxa de adesão de ¥4.840 para ¥5.280 em maio, mas vem oferecendo cupons especiais de um dia para não membros. Com eles, consumidores podem visitar as lojas sem associação, pagando apenas um acréscimo de 5% nos produtos. Já os associados têm acesso a promoções exclusivas, como o pacote de 5 kg de arroz que está com desconto de ¥800, saindo por ¥3.680.
A campanha, inicialmente prevista para terminar em setembro, foi estendida até 21 de dezembro, com o objetivo de apoiar os consumidores em meio à alta dos preços e conquistar novos clientes. A estratégia parece estar funcionando, já que há relatos de consumidores satisfeitos, dispostos a repetir compras após a primeira experiência.
Delivery em alta, mas preços pesam no bolso
Enquanto isso, no setor de entregas de alimentos, a insatisfação cresce. Uma pesquisa recente mostrou que 81,3% dos consumidores consideram os preços de delivery mais altos do que os de restaurantes físicos. O aumento se deve principalmente às taxas adicionais e custos operacionais das plataformas, que podem elevar os valores finais entre 20% e 40%, sem contar o frete.
Para reverter essa percepção, a plataforma Demaekan iniciou um projeto-piloto em cinco cidades, envolvendo cerca de 250 estabelecimentos. As taxas estão sendo assumidas pelos próprios restaurantes participantes, o que tem resultado em mais pedidos e maior lucratividade. A empresa já estuda ampliar a iniciativa para outras regiões no futuro.