O Japão comemorou em 15 de setembro o Keiro no Hi, ou Dia do Respeito aos Idosos, feriado nacional dedicado a homenagear os cidadãos mais velhos do país. Na data, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar anunciou que o número de pessoas com 100 anos ou mais chegou a 99.800, estabelecendo um novo recorde pelo 55º ano consecutivo.
Em todo o país, diversas localidades realizaram cerimônias e entregaram presentes a quem atingiu marcos tradicionais da longevidade japonesa, como os 88 anos (beiju) e os 99 anos (hakuju).
Entretanto, em Okazaki, na província de Aichi, a celebração ganhou um tom diferente. O município decidiu abolir a prática do chamado “dinheiro de congratulação”, um benefício em que idosos que completavam o beiju recebiam 10.000 ienes das autoridades locais.
Segundo a prefeitura, a medida busca lidar com o envelhecimento acelerado da população. Em Okazaki, uma em cada quatro pessoas já tem mais de 65 anos, e o índice deve aumentar nos próximos anos. Ao suspender o pagamento, a cidade calcula uma economia anual de 20 milhões de ienes, que deverá ser direcionada para políticas de saúde preventiva e apoio à qualidade de vida dos idosos.
A decisão dividiu opiniões entre os moradores.
Um residente de 82 anos lamentou: “É uma pena. Vivo de aposentadoria, então 10.000 ienes fazem diferença.”
Já um idoso de 87 anos comentou: “Com mais uma coisa boa desaparecendo este ano, nós realmente somos a geração que tem tido azar há muito tempo.”
Em contrapartida, um morador na faixa dos 60 anos apoiou a mudança: “Prefiro que esse dinheiro seja usado para apoiar a geração dos meus netos.”
Apesar da alteração, quem atingir o hakuju (99 anos) continuará recebendo o presente em dinheiro. Para os atuais octogenários, a mensagem é clara: manter-se saudável e firme é o caminho para alcançar o próximo marco da longevidade.