Muitas vezes, assistir a um filme pode se tornar uma experiência divertida. Em outras, é um puro tédio.
Com a aposta da Netflix em lançar um conteúdo por semana em 2020, o filme, recheado de estrelas de Hollywood, vem atraindo atenção nas últimas semanas.
Alguns deixam críticas positivas, sobre um filme divertido e engraçado, já para outros, o filme é chato e sem graça.
Os que gostam, argumentam que é um filme cheio de piadas inteligentes que poucos pegam, os que odeiam, dizem que o filme é puramente chato.
Quem está certo nisso?
Não olhe para cima é um filme sobre ciência?
Caso você tenha passado os últimos dois anos em uma caverna e não saiba, a ciência tem sido atacada fortemente desde o início da pandemia.
Mesmo antes, grandes grupos se formavam discutindo sobre temas há muito superados como o terraplanismo e as vacinas, o que só se intensificou nos últimos anos.
A verdade é que a brincadeira por trás do filme levanta esse tema, que começa de forma sútil e vai se escancarando ao longo da produção.
De um lado vemos como os cientistas, representados por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence, lutam para acreditar em sua descoberta sinistra e depois, se rendendo a acreditar que estavam certos.
De outro, os mesmo protagonistas mostram que, na ciência, nem sempre é fácil acreditar nos dados e isso é chocante.
Fazendo um paralelo bem legal com a pandemia, mas sem mortos evidentes como no mundo real.
Vale lembrar que muitos não acreditaram e, até hoje, não acreditam na pandemia.
Não olhe para cima é um filme sobre política
Nada mais impactou tanto no filme do que na política. Não fazer o paralelo com os acontecimentos do mundo real é impossível.
Nesse contexto, vemos pequenos retratos da corrupção, da falta de entendimento dos políticos sobre questões científicas e na sua falta de crença em previsões científicas.
Mesmo com todas as variáveis avaliadas por seus próprios cientistas, os políticos do filme, representados por Meryl Streep e Jonah Hill, só agem quando a discussão sobre a previsão serve para tapar uma polêmica envolvendo a Casa Branca.
É claro que o filme mostra uma soma de políticos, não só dos presidentes americanos. É até possível ver algumas ações de políticos brasileiros que seriam facilmente refratados na trama.
Não olhe para cima é sobre a mídia
O filme não deixa de fora como a mídia se comportaria em um evento catastrófico. Muito mais do que a mensagem pode dizer, os números da audiência contam mais.
A televisão e as redes sociais são retratadas de forma cruel e sem o mínimo de senso, escolhendo uns como herói e taxa do outros como vilões. Coisa que se alterna de tempos em tempos.
A geração de fofocas e memes mostra como o filme não deixou de colocar nada em relação ao comportamento desses meios de comunicação.
O filme é uma crítica social e não uma comédia pastelão
Se você pensa que o filme é para pessoas muito inteligentes ou só para aqueles que querem rir muito, você está enganado.
Não olhe para cima é um filme que te diverte com vergonha alheia e momentos tão embaraçosos que são engraçados.
Nem mesmo os bilionários excêntricos foram esquecidos e podemos ver uma versão do que seria a fusão de Elon Musk e Steve Jobs, totalmente exagerada.
Os senhores da verdade são colocados à prova e mostram como o fracasso é encarado pelos empresários/visionários.
Mais do que isso, o filme vale a pena e a discussão sobre os temas que ele aborda também!
O filme já é um sucesso da Netflix e você pode se divertir bastante com ele.