A animação “O Rei Macaco” é uma excelente produção da Netflix, contando a lenda do macaco que decidiu desafiar os deuses. A lenda é uma das mais famosas da China, sendo a inspiração para a famosíssima franquia “Dragon Ball”. E para quem é fã do Dragon Ball clássico, é muito legal ver como a lenda foi muito bem adaptada no mangá/anime, como praticamente todos os elementos presentes na obra. Fora isso, “O Rei Macaco” mostra cada passo da ascensão divina, com uma mensagem de superação.
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Este caminho iniciático secreto está presente em todas as histórias clássicas, desde aqui do oriente, aos confins do ocidente. Mesmo parecendo algo muito mítico e lendário, os mesmos elementos são vistos em todas as histórias ocidentais, com aquele leve toque budista.
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Um macaco que se tornou um imortal
Queria conseguir ver a lenda do Rei Macaco sem comparar com Dragon Ball, mas isso é quase impossível assistir à lenda do Rei Macaco sem compará-la com Dragon Ball, já que cada passagem da jornada de Goku espelha, de forma incrível, a lenda do Macaco. Um dos elementos sensacionais é a forma de como o macaco nasce, que Akira Toriyama também deu a Goku, mas que em Dragon Ball Z acabou alterando para uma origem mais alienígena.
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Além disso, o bastão mágico, que é a chave da ascensão do Macaco para se tornar um Rei, também acompanhou Goku por muito tempo. A relação do Macaco com o bastão é ainda mais incrível, já que não há um guerreiro sem o bastão, que inclusive, se comunica com o Macaco e o impulsiona, do inferno aos céus, de maneira única. Outro fator de mudança na vida do Rei Macaco é o encontro de sua assistente Lin. Sem ela em seu caminho, seria impossível a imortalidade para o símio.
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O Dragão e o Macaco
E se Shenlong é um aliado poderoso de Goku em Dragon Ball, aqui, o Dragão é o adversário. Bem, se considerarmos que em Dragon Ball GT Shenlong foi o inimigo mais formidável que Goku e seus amigos já enfrentaram, faz bastante sentido. O mais legal é perceber como o Dragão está mais para um auxiliar de Kamisama do que uma contraparte. Tomar conta do bastão e viver no fundo do mar, faz bem mais sentido do que viver em um mundo de lava e chamas. Mesmo assim, o escamoso se parece muito com Lúcifer ao mostrar sua astúcia para enganar o Rei Macaco. E fica um adendo de como essa passagem chinesa, que já tem seus milhares de anos, se assemelha com a queda de Adão e Eva do paraíso. Só que aqui, o fruto proibido é um pêssego.
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Os monstros gigantes e o Buda
E sim, não tinha como uma lenda dessas não ter um confronto de monstros gigantes (ou como se fala em filmes japoneses, Kaiju) no final, com um Oozaru e tudo. Por isso, para entender porque Buda não derrota o Rei Macaco por meio da força, é necessário entender o que é a iluminação. Quando Buda dá o desafio ao Macaco, que foi uma das primeiras lições que o macaco velho deu ao Rei Macaco no começo da animação, o desafio nunca foi sobre para testar as capacidades do símio, mas sim para colocá-lo no processo de iluminação que ele precisava passar, já que o maior inimigo do Rei Macaco sempre foi o seu ego.
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