A Apple TV pode não ter um dos maiores catálogos de filmes e séries entre os serviços de streaming de hoje, mas oferece produções incríveis, como o filme Finch, estrelado por Tom Hanks. Embora o ator seja excepcional, sozinho ele não é garantia de qualidade (é importante lembrar do filme live-action do Pinocchio, no qual Tom Hanks teve um papel notável, mas teve pouca presença). Em Finch, o personagem-título, que compartilha o mesmo nome, vive em um mundo pós-apocalíptico, onde o sol se tornou um inimigo formidável. Sozinho, Finch tem um único objetivo: salvar seu cãozinho, Goodyear. Mas, em um mundo que parece ter chegado ao fim, o que mais resta?
Leia também: For All Mankind – Apple Tv
Por sorte do cãozinho, Finch era um especialista em tecnologia e estava trabalhando em um projeto ambicioso: a criação de uma inteligência artificial com uma capacidade de aprendizado rápido (algo um tanto diferente do Chat GPT). Com todos os recursos, peças e tempo necessários, Finch encontra a motivação necessária para oferecer a seu fiel amigo uma chance de ter uma vida melhor, mesmo que isso signifique enfrentar os perigos que sobram no mundo.
Leia também: Barbie e a crise de identidade
O robô de Finch
Embora estejamos familiarizados com tecnologias de inteligência artificial baseadas em redes neurais nos dias de hoje, sabemos que robôs desse tipo ainda estão a muitas décadas de distância de se tornarem “vida” como a que vemos em Finch. Felizmente, o tempo que Finch teve disponível permitiu que o projeto que sua equipe vinha desenvolvendo em um laboratório subterrâneo antes do apocalipse ganhasse vida.
Leia também: A Pequena Sereia em live-action
Pode-se comparar isso ao que vimos em “O Homem Bicentenário” ou “Chappie”, onde grandes empresas já estavam investindo em robôs humanóides, mas o progresso foi interrompido devido ao apocalipse. Talvez o protótipo já tenha sido testado antes, mas o software ainda não estava pronto ou não estava suficientemente refinado. O mais importante é que a tecnologia estava à beira de se tornar uma realidade.
Leia também: O Rei Macaco
O mundo pós-apocalíptico
Em nenhum momento a causa do fim do mundo é precisamente explicada, mas Finch deixa espaço para especulações sobre as razões. O aumento da temperatura e a degradação da camada de ozônio parecem ter elevado a temperatura da superfície a níveis perigosos, tornando o sol extremamente prejudicial e impossível de se expor. Sem sol, a vegetação desapareceu, o clima extremo piorou e tornados gigantes ocorrem com maior frequência e alcance do que os fenômenos climáticos atuais. Mesmo nos dias de hoje, com um aumento médio de 1,5ºC na temperatura, tornados estão se tornando mais frequentes, inclusive no Japão.
Leia também: Em uma terra muito distante. Havia um crime
Por isso, no filme, o único personagem na tela é Finch, acompanhado por seu fiel cãozinho e o robô Jeff. Em certos momentos, fica evidente que a solidão afetou profundamente Finch, e Goodyear é sua única fonte de consolo em um mundo que se desmorona. Mesmo que a civilização tenha desaparecido e o mundo não seja mais seguro, Finch está determinado a garantir um futuro para seu amigo, confiando que Jeff se tornará o protetor que precisa ser. De certa forma, isso lembra a história de Pinóquio, já que o robô precisa aprender em um mundo onde os perigos são reais, mesmo que ele mesmo não seja afetado por eles. Ensinar a alguém que está “nascendo” nesse novo mundo é mais desafiador do que parece, requerendo prudência e paciência que vão além da inocência infantil.
Leia também: The Flash e os erros que a DC precisa corrigir