“Em uma terra muito distante. Havia um crime” é um filme japonês que surpreende e cativa. O cenário de filmes de qualidade no Japão é escasso, especialmente no mainstream, mas há exceções notáveis, e este filme é um exemplo. Baseado em um livro homônimo, produzido pela Netflix, ele nos transporta para o intrigante mundo das histórias infantis europeias de uma forma única.
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A trama é envolvente, misturando contos de fadas com elementos de investigação, suspense e um toque de humor japonês. O filme desafia a ideia de que esses contos estão isolados e desconectados, revelando como podem estar interligados, apenas separados por fronteiras invisíveis. A personagem principal, Chapeuzinho Vermelho, assume o papel de uma detetive, e sua jornada é repleta de surpresas e reviravoltas, todas interligadas por regras mágicas que adicionam uma camada extra de complexidade à trama.
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Era uma vez, um crime…
Partindo do pressuposto de que todos estão familiarizados com os contos infantis europeus, que Hollywood e a Disney nos fizeram questão de basear seus clássicos, “Em uma terra muito distante. Havia um crime” decide mostrar como esse universo pode estar conectado, apenas sendo dividido por fronteiras tão invisíveis quanto as nossas. Dessa forma, Chapeuzinho Vermelho, bonita e muito inteligente, pode decidir dar um passeio pelo reino de Cinderela.
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E, já que Chapeuzinho pode fazer isso, por que ela se envolveria na mesma narrativa que já conhecemos? Com isso em mente, não devemos esquecer que ela vai ser uma espécie de Conan (ou Sherlock?) da história e nunca estará fazendo nada por acaso. Já sua anfitriã a recebe com uma porção de diferenças em seu mundo, tornando qualquer previsão dos rumos da história quase impossível. Além disso, a magia e suas regras têm um papel importante nos acontecimentos, ligando os pontos e ajudando a Chapeuzinho a resolver o crime (e isso não é nenhum spoiler hein).
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Um novo Shrek?
“Em uma terra muito distante. Havia um crime” não tenta replicar Shrek, mas faz uma abordagem única ao misturar personagens e elementos de contos de fadas clássicos. Os personagens são caricatos, mas isso é comum nas produções japonesas, refletindo a influência do teatro kabuki. Embora as piadas nem sempre acertem o alvo, a recepção positiva e o final em aberto sugerem a possibilidade de futuras histórias com a detetive de capuz vermelho.
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E não fique chateado se a maioria das piadas forem ruins e as interpretações pareçam caricatas, já que isso é um elemento comum das produções japonesas como um todo, já que o teatro japonês kabuki, tem grande influência sobre os atores do país ainda hoje. Muito disso é usado nos mangá e anime, só que para os personagens dessas mídias, mesmo situações novas, ficam engraçadas.
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