Com a quarta temporada iminente da série For All Mankind, da Apple TV, foi impossível não prestar atenção a esta produção de ficção científica. A série é baseada em fatos e personalidades reais, mas com um toque sutil que altera a história tal como a conhecemos. Apesar da hesitação em assinar o serviço da Apple, For All Mankind se destaca como uma produção imponente, revelando os dias menos gloriosos da NASA e explorando como o curso da história poderia ter sido diferente caso os Soviéticos tivessem chegado à Lua antes dos americanos.
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Dada a abundância de informações e tecnologia acessíveis hoje, é desafiador imaginar como o mundo seria agora caso essa pequena reviravolta na história tivesse ocorrido. A série leva essa realidade alternativa a um nível superior, como se a corrida espacial nunca tivesse terminado, mantendo os americanos constantemente um passo atrás dos Soviéticos. Além disso, a polarização entre o Capitalismo e o Comunismo, tão relevante nos dias atuais quanto no final dos anos 60, acrescenta uma tensão adicional à trama.
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For All Mankind e a corrida espacial sem fim
Um dos aspectos mais notáveis da série é a audácia de usar nomes e eventos reais da corrida espacial, mas, em vez de focar em Buzz Aldrin e Neil Armstrong, a série nos aproxima de Ed Baldwin (Joel Kinnaman) e Gordon “Gordo” Stevens (Michael Dorman), dois astronautas com papéis cruciais nessa realidade alternativa. O momento em que os Soviéticos tocam o solo lunar antes dos americanos desencadeia uma trama mais intensa, com a NASA adotando uma postura muito mais agressiva do que na realidade, buscando superar os camaradas.
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O pouso dos Soviéticos é tão traumático para os astronautas que a própria alunissagem de Aldrin e Armstrong na Lua se torna muito mais desafiadora, com eles mal escapando com vida. Enfrentando inúmeros desafios e com a União Soviética sempre à frente, a NASA se vê obrigada a dar passos gigantes na Terra, uma vez que o orçamento se torna praticamente ilimitado para competir além dos limites da Terra. A série não economiza em momentos emocionantes e até cômicos.
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As colônias lunares são reais
Enquanto hoje ainda sonhamos com o retorno do homem à Lua, na série, a Lua é dividida entre as potências, que estabelecem bases e exploram seus recursos. Essa parte da trama fica cada vez mais real, com tecnologias que só surgiram décadas depois sendo empregadas nos anos 70 e 80 da série. O programa Apollo se expande significativamente, e o primeiro homem a pisar na Lua não apenas realiza essa proeza, mas também tem um papel vital em salvar a União Soviética de sua ruína.
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For All Mankind projeta um futuro grandioso para a humanidade, levando o conhecimento científico além de nossa compreensão atual e abordando temas sensíveis da atualidade, como o racismo, a igualdade de gênero e os direitos LGBTQ+, questões que seriam ainda mais desafiadoras de tratar há quatro décadas. Cada temporada consiste em 10 episódios, com cerca de 1 hora de duração cada, e a quarta temporada está programada para estrear em 10 de novembro.
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