Não é de hoje que o cinema adapta obras literárias, contos populares e peças teatrais. Há casos onde as adaptações acabam sendo consideradas melhores que os originais. Mas para a grande maioria, é praticamente impossível ter sucesso. Muitos críticos afirmam que a falta de originalidade e o uso de best-sellers como base são aspectos que os irritam. Grande parte do público também detesta ver suas obras-primas serem dilaceradas em histórias onde seus personagens favoritos não passam interpretações mal feitas.
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E antes de falar sobre péssimas formas de adaptar, precisamos falar de algumas que ficaram boas. Você pode até discordar, mas as sagas do “Senhor dos Anéis” e “Harry Potter” mostram que é possível fazer um trabalho satisfatório para os fãs e conquistar um grande público diretamente pelo cinema. Mais recentemente, tivemos boas surpresas com “Sonic” e “Super Mario Bros”, que executaram adaptações de jogos de maneira impecável, fazem-nos perguntar: porque é tão difícil acertar?
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Adaptar ou não?
E aí chegamos ao ponto.Existem filmes que jamais deveriam ser feitos por Hollywood ou pelos streamings. O exemplo de fracasso retumbante dos “Cavaleiros do Zodíaco: O Começo” é uma prova disso. Os fãs de “CDZ” adoram a obra original, principalmente o mangá e fazem questão de estudar a fundo cada personagem e sua importância para a história. O próprio anime, apesar de ser uma boa lembrança afetiva, é um desafeto para muitos deles. As sequências e spin-offs são mal vistas e detestadas pelos fãs mais ávidos. Então, porque mexer nesse vespeiro?
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A Sony e a Toei acharam que poderiam repaginar esse sucesso para um novo público, limando partes cruciais da história e transformando histórias que já duram 30 anos em um filme de quase duas horas. A Toei mesmo tem tentado trazer “Saint Seiya” de volta, fazendo um reboot que começou na Netflix e agora está sendo executado pela Crunchyroll. Falharam em conquistar um público novo e também em agradar os fãs de carteirinha. E como um filme poderia resolver esse problema?
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Adaptar para algo que não seja o que deveria
O grande problema aqui não é mudar muito, mas em não entender o que os fãs querem. A própria Marvel tem errado feio em saber o que os seus fãs querem, mesmo tendo um histórico favorável. A Sony já tem bem mais experiência em desagradar os fãs, até mesmo da Marvel. Dessa forma, basta perceber que tudo se resume em fazer dinheiro fácil. Mas anime não é só nome e penteado esquisito, não é isso que chama a atenção dos fãs.
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Os fãs amam ver seus personagens sendo eles mesmos, se expressando de acordo com suas motivações, dando sentido a suas aspirações e se mantendo em um rumo coerente. É claro que existem personagens e histórias sem noção e que devem se manter assim, já que nós amamos eles desse jeito. Os investidores têm todo o direito de fazer rios de dinheiro com as adaptações, mas julgar que os fãs engolem qualquer coisa, chega a ser deprimente. E sim, foi uma péssima ideia investir tão pouco em “Cavaleiros do Zodíaco: O Começo”, porque mesmo que a história fosse como foi, faltou a qualidade dos efeitos especiais para que alguém ainda pudesse falar que foi uma boa assistir até o fim.
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