Inicialmente, é importante reconhecer a forte propaganda negativa que cercou o filme desde seu lançamento. Essa narrativa, porém, não reflete necessariamente a realidade da produção. Embora “The Marvels” apresente algumas conveniências de roteiro e uma vilã subdesenvolvida, não é justo rotulá-lo como um fracasso completo. De fato, o filme oferece uma experiência interessante, especialmente ao reunir três heroínas emblemáticas em uma equipe.
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No entanto, “The Marvels” não é sem suas falhas. Enquanto oferece um desenvolvimento convincente para as personagens principais, não introduz mudanças significativas no gênero de filmes de super-heróis. Além disso, apesar de seu ritmo conciso, o filme pode parecer pouco marcante em comparação com outras produções do Universo Cinematográfico da Marvel.
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The Marvels foca nas heroínas
É interessante observar como a caracterização das três protagonistas desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da trama. Kamala Khan, apresentada em sua série solo como uma ávida admiradora dos super-heróis, especialmente da Capitã Marvel, teve sua história concluída com um momento de troca com Carol Danvers. Embora a série solo tenha enfrentado desafios, ela estabeleceu a base para a relação entre Kamala e sua heroína favorita. No filme, testemunhamos como fazer parte de uma equipe permitiu que Kamala amadurecesse como super-heroína, transcendendo o papel de mera integrante de um time.
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Monica Rambeau, apresentada brevemente ainda na infância no primeiro filme da Capitã Marvel, teve sua jornada de desenvolvimento ampliada na série aclamada WandaVision, onde adquiriu seus poderes. No entanto, sua participação ali foi limitada em termos de crescimento pessoal. Próxima ao desfecho, ela recebe um convite de uma Skrull para se encontrar com Nick Fury em uma instalação secreta da S.A.B.E.R. Em “The Marvels”, Monica tem a oportunidade de demonstrar sua excepcional habilidade como militar de alta patente, trabalhando com tecnologia de ponta. Seu encontro com Danvers não apenas permite uma reconexão emocional com sua tia, mas também a ajuda a superar as barreiras que a impediam de abraçar plenamente seu destino como super-heroína.
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A maior evolução presente no filme diz respeito à Capitã Marvel. Em suas aparições anteriores, ela era retratada como alguém distante, confiante e quase divina, carecendo de empatia e carisma. Em “The Marvels”, a personagem recebe um espaço para se mostrar mais humana e imperfeita, carregando o peso de suas responsabilidades como uma figura poderosa. Torna-se evidente que ela não estava preparada para os desafios que enfrentou no espaço, resultando em erros significativos ao longo de sua jornada. Além disso, o filme esclarece o motivo pelo qual ela nunca retornou à Terra, adicionando camadas interessantes à sua história.
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As conveniências e a vilã fraca
Em última análise, “The Marvels” pode não ser o filme revolucionário que alguns esperavam, mas ainda merece uma chance de ser apreciado por seus méritos. Recomendo assistir ao filme com uma mente aberta e formar sua própria opinião sobre essa mais recente adição do catálogo da Disney+.
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