Osaka – Um turista estrangeiro e entusiasta da cultura japonesa pode muito bem adquirir um guarda-chuva com cabo de katana em alguma loja de lembrancinhas. O item que se parece com uma espada japonesa pode ser inofensivo, mas está entre as proibições para embarcar em voos no Japão e também em outros países.
E a lembrancinha adquirida durante a viagem pode acabar perdida em um cesto de plástico do aeroporto ao ser confiscada pela segurança antes de embarcar.
O turismo e as viagens nacionais e internacionais voltaram com tudo este ano, depois da liberação das restrições do coronavírus. E por conta disso, de acordo com uma reportagem do Jornal Sankei, o número de objetos confiscados nos aeroportos do Japão está cada vez mais alto.
No terminal 2 do Aeroporto de Kansai, em Osaka, as autoridades chegam a confiscar 240 isqueiros em um único dia. Embora pareça natural as restrições para carregar isqueiros dentro de voos, muitos passageiros não sabem ou se esquecem e os cestos mantidos pelos agentes de segurança chegam a acumular mais de 500 isqueiros em poucos dias.
Outro item na lista de apreensões diárias são as chapinhas que muitas passageiras carregam para alisar os cabelos durante a viagem. É um item que normalmente gera dúvidas e há condições para carregar.
Shou Gohana, que trabalha na segurança do terminal 2 do Aeroporto de Kansai, contou que mais de 60 chapinhas e baterias portáteis são confiscadas todos os dias na rotina do embarque.
“Há muitas chapinhas sem fio que funcionam com baterias de íon de lítio e podem provocar incêndios. É permitido levar se for até 160w, mas muitos modelos não permitem retirar a bateria para conferir e então precisamos confiscar”, comentou.
As mulheres acabam sofrendo mais com seus apetrechos de beleza. Além das chapinhas, muitos cremes de maquiagem são infamáveis e o limite para carregar em um voo e até 100 ml. Se não verificar as medidas antes de arrumar as bagagens, é possível acabar perdendo os itens ao passar pela segurança.
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As proibições inesperadas nos aeroportos do Japão
Entre a lista de itens proibidos, o que mais chama atenção são os guarda-chuvas com cabo de espada japonesa que tem certa popularidade. Itens que são considerados perigosos não são permitidos pelas normas da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, em inglês).
A lista inclui armas, espadas, facas e objetos como tesouras e chaves de fenda que tenham mais de 6 cm de comprimento. E por causa das medidas antiterrorismo, as fiscalizações estão cada vez mais rigorosas.
O guarda-chuva com cabo de espada pode ser inofensivo na prática, mas quando está fechado, é possível confundi-lo com uma espada de verdade. De acordo com a reportagem do Jornal Sankei, o item é proibido para evitar possíveis confusões e pânico.
Outro objeto proibido são as armas ninjas (kunai), feitas de resina. Esses objetos não passam de brinquedos, mas o motivo é o mesmo: pode ser confundido com uma arma de verdade e causar algum transtorno.
O turista que gosta desses objetos deve ficar atento na hora da viagem para não acabar perdendo as lembrancinhas do Japão antes de embarcar no voo da volta. Mas no geral, para quem vive no país e gosta de viajar, estar ciente das normas que envolvem as bagagens dos passageiros é sempre uma boa ideia.
“Quando os objetos são recolhidos, a gente precisa descartá-los. Não é bom para ninguém, nem para nós que vemos muitas coisas sendo desperdiçadas e nem para os passageiros que perdem seus pertences. É importante compreender a necessidade dessas medidas e conferir a lista na hora de se preparar para a viagem”, recomendou Gohana.