O Japão registrou uma queda significativa no número de nascimentos no primeiro semestre de 2024, com um total de 329.998 nascimentos, representando uma redução de 6,3% em relação ao mesmo período de 2023. Esses dados, divulgados pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, reforçam uma tendência de baixa histórica na taxa de natalidade do país, à medida que mais pessoas optam por postergar o casamento e a formação de família.
Se essa tendência persistir, o total anual de nascimentos poderá cair para menos de 700 mil pela primeira vez na história do Japão. No primeiro semestre de 2023, o número de nascimentos havia sido de 352.240, resultando em 727.277 nascimentos ao longo de todo o ano. Esses números mostram um declínio contínuo, alimentando preocupações sobre o futuro da população japonesa e a sustentabilidade econômica do país.
Enquanto os nascimentos caem, o número de óbitos continua a subir, com um total de 800.274 mortes no primeiro semestre de 2024, um aumento de 1,8% em relação ao ano anterior. Com a população japonesa encolhendo naturalmente em 470.276 pessoas nesse período, o país enfrenta uma perda populacional crescente, o que impacta diretamente o mercado de trabalho e os sistemas de previdência social.
A baixa taxa de natalidade traz sérias preocupações para o governo, que enfrenta o desafio de manter a força de trabalho ativa e garantir a sustentabilidade dos serviços públicos, como saúde e previdência. A escassez de mão de obra, consequência do envelhecimento populacional e da queda nas taxas de fertilidade, ameaça o futuro de muitos sistemas de apoio social e coloca em risco a continuidade dos serviços oferecidos por governos locais.
Em resposta, o governo japonês tem intensificado esforços para elevar a taxa de natalidade, investindo em políticas de apoio à família. Entre as medidas estão o aumento dos subsídios para cuidados infantis e a ampliação dos benefícios para licença parental. Esse período até o início da década de 2030 foi definido pelas autoridades como uma “última chance” para reverter a crise de natalidade e preservar a estrutura demográfica do país.
Apesar das políticas adotadas, dados preliminares de agosto sugerem que a queda de nascimentos persiste, com 350.074 bebês nascidos no Japão entre janeiro e junho, incluindo filhos de estrangeiros e de cidadãos japoneses residentes no exterior, uma redução de 5,7% em comparação com o ano anterior.