Fukuoka – Os pesquisadores no sul do Japão estão animados com a novidade. Depois de 12 anos sem nenhum registro, um pequeno e raro inseto que tinha sido dado como extinto acabou reaparecendo.
O curioso inseto se chama Hamasuzu. Trata-se de um tipo de grilo da família Pteronemobius, e não há tradução de seu nome. De acordo com uma reportagem da emissora Fuji, é um inseto semelhante ao Suzumushi – o Meloimorpha Japonica, que é um tipo de grilo japonês.
Mas o Hamasuzu tem habilidades e características únicas. A última vez que ele tinha sido visto foi em 2011, na Praia de Mitoma, ao leste da cidade de Fukuoka. Em setembro, ele foi localizado nesta mesma praia e para a surpresa de todos, em grandes quantidades.
“Ele é muito pequeno e se camufla na areia entre o mato que nasce na costa. Por ter uma cor muito parecida com a areia, é bem difícil de ver. Geralmente o hamasuzu fica nessas áreas para evitar a exposição ao sol e utiliza a camuflagem para não ser percebido pelos predadores”, explicou o professor e pesquisador do Museu da Universidade de Kyushu, Munetoshi Maruyama.
O professor e um repórter da Emissora Fuji foram até a praia para localizar pessoalmente os insetos. Eles demoraram bastante tempo para perceber a presença das pequenas criaturas que estavam escondidas na areia. Mas depois que enxergaram, conseguiram confirmar que há centenas de insetos da espécie na região.
O Hamasuzu mede apenas 7 mm, o que tornou a missão ainda mais difícil, mas eles conseguiram capturar um inseto para pesquisa.
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Desafios para preservar o inseto
Encontrar o inseto raro na mesma praia que ele costumava habitar e em grandes quantidades foi uma grande notícia aos pesquisadores locais. De acordo com o pesquisador do Instituto de Saúde e Ciências Ambientais de Fukuoka, Jun Nakajima, as condições serão avaliadas para que seja possível preservar a espécie.
“Foi uma informação muito preciosa para nós descobrir que esta espécie ainda existe e onde está inserida. Sem informações, não é possível protegê-la. Ficaremos felizes se muitas pessoas estiverem interessadas em ajudar nesta preservação”, disse.
E manter o Hamasuzu é um desafio que exige a colaboração humana. Segundo a reportagem, a espécie que costuma habitar as regiões costeiras passou a se tornar escassa depois que obras foram feitas nas praias, como estacionamentos e instalações para turistas e visitantes.
Eles perdem o espaço que tem para se proteger e obter alimentos e por isso acabaram desaparecendo em muitos lugares. Nesta praia de Fukuoka, ainda há pouca presença humana ou estruturas que impeçam a sobrevivência da espécie e os pesquisadores vão acompanhar o Hamasuzu de perto a partir de agora.