Kashiwa – O Japão provavelmente não é uma das primeiras opções para os refugiados da Ucrânia que querem fugir da guerra e buscam um país para se instalar, por motivos como a distância e o idioma.
Mesmo assim, o governo japonês já garantiu benefícios importantes, como a concessão de um ano de visto de trabalho e a permissão de entrada no país ainda que o refugiado não tenha um documento de viagem em mãos.
O Japão já recebeu alguns grupos de refugiados e famílias vindas da Ucrânia, desde que a guerra começou há mais de um mês.
Segundo uma reportagem do jornal Yomiuri, na quarta-feira (30), a cidade de Kashiwa, na província de Chiba, anunciou que recebeu alguns refugiados e eles já iniciaram suas vidas na cidade. Quatro ucranianos chegaram no mesmo dia e vieram por ter algum parente ou amigo na cidade ou por ter algum laço com o Japão.
Uma jovem na faixa de 20 anos chegou com o filho de 4 anos e a mãe, na faixa de 40 anos. A família foi para um apartamento concedido por uma imobiliária na cidade, mas o marido e pai da criança acabou ficando na Ucrânia.
A outra refugiada que chegou no mesmo dia foi uma jovem ucraniana, também com idade na faixa de 20 anos. Ela já morou no Japão e veio ao país seguindo uma rota que passou pela Polônia, Turquia e Coreia do Sul. No último dia 22, a jovem foi para a casa de um amigo na cidade.
A cidade de Kashiwa tomou algumas medidas para garantir o mínimo que as famílias de refugiados precisam para sobreviver. A Associação de Bem-estar Social da região garantiu o fornecimento emergencial de ¥100 mil para ajudar nos custos básicos e deve fornecer mais recursos financeiros a partir de agora.
A prefeitura local já está se preparando para a chegada de mais ucranianos. Por causa disso, a cidade já começou a aumentar as moradias públicas e se prepara para fornecer apoio também para a matrícula de creches e escolas.
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A crise dos refugiados da Ucrânia
Os ataques dos militares russos na Ucrânia já causaram ondas de mortes e destruições pelo país, afetando milhares de civis. Até o fim de março, mais de um mês depois do início da guerra, mais de 3,7 milhões de pessoas já haviam deixado a Ucrânia em busca de segurança e melhores condições de vida.
A maioria dos refugiados tem passado pela fronteira com a Polônia e o país vizinho já recebeu mais de 2 milhões de pessoas. Houve muitas rotas de fuga também pela Hungria, Moldova, Eslováquia, Romênia e mesmo pela Rússia ou Belarus, que é a principal nação aliada ao governo de Vladimir Putin.
Desde o início da invasão russa em fevereiro, as duas nações tentam negociar um acordo que leve a paz, mas as conversas entre as delegações da Rússia e Ucrânia tem sido difíceis e com poucos pontos de acordo.
No entanto, a esperança ganhou força na terça-feira (29), quando os grupos representativos dos dois países se reuniram na Túrquia para mais negociações. Desta vez, o vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, indicou que ocorreria uma redução significativa das operações militares perto de Kiev, capital do país e de Chernigov, mais ao norte.
A medida pode indicar que o fim da guerra se aproxima, se realmente for concretizada. Líderes de países como EUA e Reino Unido mostraram cautela quanto as palavras de Fomin e esperam para ver as próximas ações do Kremlin na Ucrânia.