Miyagi – A tragédia que abalou o Japão no dia 11 de março de 2011 completa 12 anos neste sábado. Um grande terremoto seguido por um tsunami provocou a morte de quase 20 mil pessoas e deixou mais de 2 mil desaparecidos, além do desastre nuclear provocado em Fukushima.
Doze anos já se passaram e milhares de sobreviventes não tiveram a chance de viver o luto de seus familiares e amigos. Ainda há 2.523 desaparecidos e segundo uma reportagem da emissora Fuji, é a primeira vez que o desastre completa mais um ano sem alterações nos seus números de mortos e vítimas não localizadas.
Na manhã desta sexta-feira, cerca de 20 policiais se reuniram na costa da cidade de Minamisanriku em Miyagi, uma das regiões mais afetadas pelo tremor e a onda gigante que se formou naquele dia. E era lá que muitas pessoas que acabaram mortas ou desaparecidas estavam no dia da tragédia.
As buscas começaram com afinco: os policiais estão cavando a areia, verificando entre as rochas e tentando localizar qualquer vestígio de pessoas que nunca foram encontradas. As buscas também estão sendo realizadas em outras áreas da província de Miyagi e nas províncias de Fukushima e Iwate, que foram as três mais afetadas pela tragédia.
O grande terremoto e tsunami de Tohoku é uma das maiores tragédias da história do Japão, ao lado das bombas de Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial. A região afetada viu uma série de ondas gigantes inéditas invadindo o arquipélago, causando destruição e mortes sem que os moradores das cidades próximas ao mar tivessem tempo de buscar um refúgio.
As ondas atingiram as cidades cerca de 30 minutos depois do abalo sísmico. Muitos japoneses assistiram das janelas de prédios e casas o momento em que a água vencia as barreiras de proteção e arrastava casas, carros, embarcações, pessoas e tudo o que estivesse no caminho. Uma lembrança que dificilmente sairá da memória de quem viveu o desespero deste dia e conseguiu sobreviver.
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Os efeitos e aprendizados da tragédia
Destruição em Tohoku, provocada pelo tsunami de 2011. Reprodução / Bunshun Online.
A região de Tohoku nunca mais foi a mesma e passou os primeiros anos enfrentando uma série de terremotos que ainda são consequência do abalo de 11 de março de 2011. Até mesmo no fim de 2016 houve um sismo de magnitude 7,4 que ainda foi indicado pelos especialistas como um abalo secundário da tragédia de 2011.
A grande tragédia culminou em um preparo ainda maior por parte das autoridades japonesas. Por ser um país localizado entre três placas tectônicas e com uma recorrência alta de tremores e desastres naturais, o Japão é também é uma das nações mais preparadas para lidar com a fúria da natureza.
Mesmo assim, diante de uma tragédia da magnitude do terremoto e tsunami na região de Tohoku, fica difícil evitar os danos pessoais e materiais. Mas desde 2011, muitas medidas foram tomadas que para que seja possível salvar mais vidas quando houver uma nova ocorrência. O Japão ampliou os muros de proteção nas costas litorâneas e principalmente nas localidades mais afetadas, houve modificações geográficas.
Um exemplo é um cidade de Rikuzentakata na província de Iwate, que foi reconstruída e reformulada com elevação de 10 metros que a tornou mais protegida para o caso de acontecer um tsunami no futuro.
A experiência de Tohoku também foi mais do que um alerta para toda a população do país. Proteger a vida em caso de um desastre como um grande terremoto exige também consciência e treinamento. Os japoneses costumam treinar para se proteger quando há abalos sísmicos, buscar um local de proteção dentro de casa e seguir pelas rotas que levam aos abrigos próximos.
Além disso, guardar mantimentos e utensílios para situações de desastre, destruição e falta de luz ou água é mais do que essencial para quem vive em um país como o Japão.