A polícia japonesa prendeu um YouTuber ucraniano com mais de 6,5 milhões de seguidores após ele transmitir ao vivo sua entrada em uma casa localizada na zona de exclusão nuclear de Fukushima, informou a imprensa local nesta sexta-feira (26).
O incidente ocorreu na manhã de quarta-feira (24), quando o influenciador e outros dois ucranianos entraram em uma residência desocupada na cidade de Okuma (Fukushima), uma das áreas declaradas inabitáveis após o desastre nuclear de 2011.
Segundo a polícia, os três foram detidos em flagrante após uma denúncia de um cidadão. Durante a transmissão, exibida posteriormente pela TV Asahi, os homens apareciam preparando chá e mexendo em objetos aparentemente deixados pelos antigos moradores. Todos admitiram as acusações, de acordo com as autoridades.
Contexto do desastre de Fukushima
Em março de 2011, um grande terremoto seguido de tsunami provocou o colapso da usina nuclear de Fukushima Daiichi, espalhando radiação por extensas áreas. Cerca de 12% da província foi considerada inabitável, obrigando aproximadamente 165 mil pessoas a abandonar suas casas, muitas das quais foram deixadas intocadas desde então.
Embora parte da região já tenha sido reaberta ao público, ainda existem zonas classificadas como perigosas devido à radiação residual, incluindo o local onde os três estrangeiros foram flagrados filmando.
Repercussão
O caso gerou críticas nas redes sociais e foi interpretado como mais um exemplo de estrangeiros buscando atenção online com comportamentos considerados desrespeitosos no Japão.
O ex-embaixador da Ucrânia no Japão, Sergiy Korsunsky, publicou um pedido de desculpas no site X (antigo Twitter):
“Gostaria de me desculpar pelo incidente em nome dos ucranianos presos. Isso não deveria estar acontecendo.”
As autoridades japonesas reforçaram que a entrada em áreas restritas de Fukushima continua sendo uma infração grave, não apenas pela questão legal, mas também pelo risco à saúde.