Tóquio – O governo japonês decidiu em reunião que irá conceder um auxílio extra de ¥50 mil por criança, para cada família de baixa renda no país.
A ajuda deve segurar as pontas das famílias que estão sofrendo com a pandemia prolongada e os efeitos na economia. Em reunião com o primeiro-ministro Yoshihide Suga, as autoridades do governo japonês reconheceram que há muitas famílias que estão passando por dificuldades no momento.
A emissora NHK informou que o novo auxílio visa atender as famílias que possuem isenção de impostos por causa da renda baixa. Se uma família tiver quatro filhos, por exemplo, o valor a ser recebido será de ¥200 mil, já que o auxílio é no valor de ¥50 mil por criança.
O governo já vinha oferecendo ajuda para as famílias que estão passando necessidade, principalmente para aquelas em que a mãe ou o pai cria os filhos sozinhos. Agora, o público alvo foi ampliado e as famílias formadas por casais também terão direito.
Além disso, o governo japonês pretende reforçar o apoio destinado as instituições não governamentais (NPO) que oferecem assistência para quem está em situação de isolamento e solidão. Este apoio foi orçado em ¥60 bilhões.
“Até a próxima semana, vamos completar o orçamento e com os novos auxílios previstos, o valor deve chegar a ¥500 bilhões. Enquanto estamos efetivando atividades preventivas, vamos ouvir as preocupações da população e trabalhar para solucionar cada um dos problemas. A situação exige que o governo se torne um só e se esforce com este objetivo”, explicou Suga.
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Empréstimos do governo japonês
O governo também divulgou novas informações sobre o “Fundo de Apoio Unificado”, que permite empréstimos de até ¥200 mil por mês, para quem perdeu renda em decorrência das restrições para conter a disseminação do novo coronavírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social, o fundo poderá será utilizado sem necessidade de devolução por pessoas que estejam isentas do pagamento de impostos e se encaixem nas determinações do ministério para ter o recebimento aprovado nestas condições.
O fundo oferece empréstimos livre de cobrança de juros. Trabalhadores que perderam o emprego ou tiveram redução de renda a partir de março de 2020, período em que a pandemia passou a afetar a economia, entraram como público alvo para obtenção desta ajuda.
Famílias formadas por mais de duas pessoas podem receber até ¥200 mil por mês durante três meses. É possível pedir extensão por até três vezes, totalizando 9 meses de ajuda e ¥1,8 milhão de empréstimo.
A devolução deve começar na primavera do ano que vem para aqueles que pegaram a ajuda mais cedo. No entanto, o governo tem visto que há muitos casos nos quais será difícil devolver o dinheiro.
Na terça-feira (16), o Ministério divulgou as diretrizes para a isenção:
– Quem recebeu a ajuda por três meses está isento da devolução se tiver isenção de impostos no ano corrente ou no ano anterior.
– A primeira extensão da ajuda será isenta de devolução caso o usuário esteja isento de impostos no ano seguinte.
– A segunda extensão da ajuda será isenta de devolução se o usuário estiver isento de impostos dois anos depois.
Medidas parecidas estão valendo também para quem utlizar o “Fundo Mínimo Emergencial”, que também permite empréstimos sem cobrança de juros para despesas básicas cotidianas.
Quem tiver renda baixa neste ano e no ano anterior, a ponto de receber a isenção de impostos, não precisará devolver esta ajuda.
Esses sistemas podem ser utilizados mediante inscrição no balcão de atendimento dos Conselhos de Bem-estar Social (Shakai Fukushi Kyogi-kai).
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social informou que até o dia 6 deste mês, hove mais de ¥1,7 milhão de inscrições nos dois sistemas, totalizando mais de ¥660 bilhões em empréstimos.