Yasuke é tido, tanto pela história japonesa quanto ocidental, como o único africano a se tornar um samurai. Essa honra foi concedida a apenas poucos estrangeiros.
Fazendo um breve resumo sobre sua vida, Yasuke era provavelmente de Moçambique e o curioso é que ele falasse português, devido a invasão portuguesa, tal como ocorreu no Brasil, no mesmo período.
Outra especulação é que Yasuke era um escravo que pertencia à missão jesuíta portuguesa no Japão, então, ele deve ter aprendido japonês antes mesmo de ter chegado ao país.
Já em relação ao seu nome, há relatos que ele foi batizado como Isaque pelos jesuítas, mas no Japão, recebeu o nome de Yasuke, por ter uma pronúncia mais fácil.
E para finalizar, toda a sua história documentada ocorreu até o ano de 1582, durante a mudança entre os líderes da família Nobunaga para a Hideyoshi.
A história da adaptação
O hype vai lá para cima quando você vê que a animação foi produzida pela Mappa, produtora responsável por Jujutsu Kaisen e Shingeki no Kyojin (Attack on Titans). Mas, infelizmente, a história deixou a desejar.
Primeiro, apesar de começar durante uma das batalhas mais importantes do período Sengoku, conhecido como Incidente de Honno-ji, a fantasia por trás me deixou um pouco desanimado.
É claro, estamos falando de uma adaptação e de uma animação, não é necessário contar a história como um documentário. Mostrar a magia envolvida nas batalhas foi uma ideia legal, pois une história e as lendas japonesas e esse foi um ponto que me atraiu. Mas, mecha durante a batalha me deixou um pouco desconfortável.
O foco da animação não ser, nos dias de glória de Yasuke, do período onde ele serviu como samurai para a família Nobunaga, também me deixou chateado, apesar que, nesse período, cerca de 20 anos após seus feitos cessarem, fica mais fácil contar a história que você quiser, sem necessidade de seguir os fatos documentados.
Vemos sim diversas batalhas e fatos conhecidos da história de Yasuke, mas apenas como flashbacks.
A partir deste ponto, veremos que a vida não ficou mais fácil para o ex-samurai, que precisa voltar ao campo de batalha para proteger uma criança, Saki, com o poder de vencer o mal que domina o Japão, representado pela Daimyo.
Vale falar ainda dos mutantes, seres com poderes sobrenaturais que parecem ter um objetivo em comum com a Daimyo. O mais sinistro deles é o padre jesuíta Abraão, que foi a pessoa que encontrou Saki e continua tentando levar ela para Europa para criar uma nova ordem mundial, com poderes elétricos e uma fala de vilão de quadrinhos dos anos 60.
Tudo muito bem definido e a animação segue a jornada do bem contra o mal, onde Yasuke é o único capaz de proteger Saki e o Japão.
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Mas não parece ruim
A animação não é ruim mesmo, ela entretém e tem aquela pegada maluca de anime, sem nexo com a realidade, apesar de estar contando a história com um personagem real.
Momentos chaves aparecem mesmo na obra, como quando Yasuke enfrentou um samurai desarmado e quando Oda Nobunaga pede para seus servos “limparem” o escravo, pensando que ele havia pintado seu corpo (por sinal, uma coisa bem preconceituosa).
Com apenas 6 episódios de 30 minutos, a animação não tem um ritmo tão bom e é meio arrastada, deixando de lados pontos que poderiam ser melhores trabalhados. Para mim, faltou mostrar a proximidade de Yasuke e Nobunaga, bem como outros fatos reais, que podem até ser abordados em uma sequência.