Fukuoka – Um homem de 37 anos, ex-estudante de medicina da Universidade Kurume em Fukuoka, encontrou um jeito de fazer cópias de chaves de casas de mulheres solteiras e invadiu mais de 160 residências.
Ele foi descoberto e preso depois de invadir a casa de uma estudante universitária e os outros crimes vieram a tona. O homem costumava entrar nas residências e furtar roupas íntimas das vítimas.
Ele confessou os crimes e disse aos policiais que entrava nas casas de mulheres porque queria “ver um mundo no qual não tem contato”. Ele foi preso e indiciado em janeiro, quando ainda era estudante da universidade. Depois foi solto sob fiança e aguarda o processo.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji, o que chamou atenção da polícia e gerou um alerta de segurança foi o método utilizado pelo homem para invadir as casas.
Ele encontrava uma forma de descobrir o número de série das chaves das casas que queria invadir e depois mandava fazer uma cópia pela internet.
Bastou obter o número que está escrito na própria chave para mandar fazer uma cópia, sem a necessidade de confirmar a identidade com a apresentação de documentos.
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Tipos de chaves e riscos
A reportagem explicou que há dois tipos de chaves mais utilizadas nas residências do Japão.
A chave comum, que é aquela com deformações nas laterais e as chaves chamadas de “dimple key”, que possuem pequenos buraquinhos na superfície e as laterais lisas.
Casas com a chave comum possui um risco maior de invasão, pois este tipo de chave é utilizado em um tipo de fechadura que pode ser aberta com um grampo ou outros instrumentos. Basta que a pessoa saiba como fazer para conseguir invadir uma residência sem deixar rastros de arrombamento.
Já a “dimple key” apresenta maior segurança. É muito difícil abrir uma fechadura deste tipo se não tiver uma chave em mãos.
O problema é que ambas estão vulneráveis caso o número de série acabe em mãos erradas. Há pessoas que publicam fotos das chaves em redes sociais, exibindo o número sem perceber que isto pode estar colocando a segurança em risco.
Isto se tornou ainda mais comum depois do lançamento das “airtags” da Apple, o dispositivo de rastreamento que vem sendo utilizado no molho de chaves e outros objetos para evitar a perda. Ao exibir a bela “airtag” em uma foto nas redes sociais, o número de série pode acabar visível.
A melhor forma de evitar que uma cópia da chave seja feita por um bandido é protegendo o número de série. Nunca informe a alguém o número da sua chave e nem deixe que outra pessoa verifique por conta própria.
Melhorias de segurança
Para combater esta vulnerabilidade, algumas empresas já iniciaram medidas mais rigorosas de segurança na hora de mandar fazer cópias de chaves.
Há casos em que é necessário informar um código de segurança junto com o número de série para fazer a cópia. Este código fica em posse do proprietário ou do responsável pela administração do prédio.
No entanto, este tipo de sistema de segurança ainda é raro no Japão e na maioria dos casos, apenas o número de série é suficiente para fazer a cópia.
Por isto, é preciso ter cuidado para que este número não seja exposto na internet e que o morador não diga para outras pessoas sob qualquer pretexto, sem conhecimento sobre o perigo.