Tóquio – Conforme aumenta o número de infectados pela covid-19 em Tóquio, mais pessoas acabam afastadas de seus trabalhos. Outros problemas vão surgindo e as autoridades japonesas tentam contornar.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji TV, na última semana, o número de infectados se tratando em casa ultrapassou a margem de 20 mil pela primeira vez em Tóquio.
No bairro de Taito, apesar dos infectados que estão tratando a doença em casa e de tantas outras pessoas evitando sair, a coleta de lixo doméstico acabou comprometida.
A prefeitura local já confirmou que 16 funcionários do serviço de limpeza do bairro contraíram a covid-19 e mais 4 casos suspeitos aguardam em casa. A coleta do lixo queimável continua em Taito, mas o serviço que recolhe o lixo não queimável foi suspenso entre 16 e 31 de agosto.
O Escritório de Limpeza de Taito ficou com dificuldades de garantir o número necessário de trabalhadores para administrar o serviço de coleta, já que muitos funcionários estão em tratamento ou quarentena.
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Estratégia contra covid-19
Atualmente, seis províncias japonesas estão em estado de emergência por causa do aumento dos casos e o governo pretende prorrogar o prazo até 12 de setembro.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga e a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, foram na segunda-feira (16) até um hotel no distrito Minato, onde há um espaço destinado ao tratamento de pacientes de coronavírus.
As autoridades verificaram a aplicação do coquetel de anticorpos REGN-COV2, que vem sendo utilizado para evitar que os sintomas da covid-19 se agravem. Depois, foram para uma reunião para discutir o plano de ação preventiva a partir de agora.
“Se a gente conseguir reduzir o número de infectados em Tóquio, podemos reduzir em todo o país”, disse Suga.
“Planejar ações junto ao governo central é essencial para proteger a vida e a saúde dos cidadãos de Tóquio. Foram 2.962 casos na província hoje (16), o número mais alto até agora para uma segunda-feira. Houve aumento de 40 pessoas em estado grave, chegando a 1.603. A explosão repentina de casos não para”, apontou Koike.
Uma das ideias do governo é montar estações de oxigênio, que possam fornecer aos pacientes que estão se tratando em casa e não conseguem ir ao hospital mesmo com o agravamento dos sintomas. Estas estações já foram efetivadas na província vizinha de Kanagawa e quando há necessidade de internação, o paciente pode contar com esse recurso enquanto aguarda uma vaga.
Para o professor Yoshihito Niki, da Universidade Médica Showa, o plano do governo é insuficiente para garantir uma melhora da situação.
“O fornecimento de oxigênio é só para garantir um alívio ao paciente e não se trata de um tratamento eficaz contra a covid-19. Acredito que isto seja insuficiente e a questão é se haverá medidas para encaminahr esses pacientes para a internação”, disse.
Niki acredita que o governo deve investir mais em locais específicos para o tratamento.
“Muitas instituições hospitalares estão com falta de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros. Na situação atual, acredito que é necessário e urgente aumentar a quantidade de instituições que possam tratar esses pacientes em algum nível”, argumentou.