Tóquio – O calor extremo do verão japonês não provoca apenas um desconforto, também traz riscos para a saúde. Todos os anos, milhares de pessoas sofrem de hipertermia, a condição responsável pelo aquecimento do corpo e que pode levar ao óbito.
Segundo os dados da Agência de Gestão de Incêndios e Desastres (FDMA), no mês de julho, 21.372 pessoas foram levadas aos hospitais em todo o Japão por causa dos sintomas de hipertermia.
Uma reportagem da emissora NHK apontou que o dado superou a média para a temporada. Em comparação com o número de ocorrências no mês de julho de 2020, houve 2,5 vezes mais casos em julho deste ano.
Não foram apontadas razões claras para o aumento neste ano. A obrigatoriedade das máscaras como prevenção ao coronavírus poderia ser uma causa, mas as máscaras também estavam em uso no verão do ano passado e, além disso, a maioria dos casos ocorre no ambiente doméstico.
Os dados da Agência mostraram que de total de casos, 12.110 pessoas socorridas com hipertermia tinham mais de 65 anos de idade. A condição é mais comum nos idosos, mas também ocorre com pessoas mais jovens.
No mês de julho, 6.882 socorridas com hipertermia tinham entre 18 e 65 anos e 2.203 eram crianças e jovens entre 7 e 18 anos. Houve ainda 177 casos de hipertermia em bebês e crianças de 0 a 6 anos.
Além disso, 8.698 casos aconteceram dentro de casa, com pessoas que estavam em ambientes abafados e desenvolveram os sintomas. Outros 3707 casos aconteceram nas ruas e 2694 pessoas passaram mal em seus ambientes de trabalho, como em construções e campos de cultivo de alimentos.
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Calor extremo continua
O mês de agosto se aproxima do fim, mas o calor ainda não aliviou no Japão. Até a terça-feira da semana que vem (31), as temperaturas devem aumentar em todo o país. Nas regiões leste (higashi) e oeste (nishi), as máximas podem passar de 35°C.
Na sexta-feira (26), A cidade de Gifu deve chegar aos 37°C, em Quioto, Nagoya (AichI) e Maebashi (Gunma), a previsão é de 36°C. Em Tóquio e em Osaka, as máximas esperadas são de 35°C.
Da região de Kanto até Kyushu, no sul do Japão, as temperaturas serão altas o suficiente para ligar o alerta de risco de hipertermia.
Sintomas e prevenção
O aquecimento do corpo é uma condição que pode ocorrer quando o organismo é submetido à exposição prolongada embaixo do sol e em altas temperaturas. No entanto, não é preciso estar na rua para desenvolver hipertermia.
Mesmo dentro de casa, se o indivíduo ficar muito tempo em um ambiente abafado, sem ar-condicionado, pouco entrada de ar ou mesmo uso de ventiladores incapazes de aliviar o desconforto, é possível acabar com sintomas.
A hipertermia se manifesta com sintomas como mal-estar, dor de cabeça, náuseas, vertigem e pressão baixa. Segundo a reportagem da emissora NHK, é possível prevenir ao tomar bastante água, evitar a exposição ao sol em dias muito quentes e não deixar a temperatura em casa subir para mais de 28°C.
Quando estiver na rua em um dia de calor extremo, é importante e recomendado tirar a máscara e descansar na sombra, desde que mantenha uma distância segura de outras pessoas.