Himeji – Entre abril de 2016 e julho de 2021, muitas crianças que passaram pela classe especial da Escola Primária Josai em Himeji (província de Hyogo), acabaram sofrendo uma experiência que pode ter sido traumática.
Uma professora de 43 anos passou pelo processo investigativo do Comitê de Educação de Hyogo depois que alguns casos vieram à tona. As autoridades conseguiram confirmar que pelo menos 13 crianças foram vítimas das agressões. Mas no fim das contas, a punição acabou leve.
Segundo uma reportagem do Jornal Mainichi, a professora sofrerá uma redução de 10% do salário durante um mês como punição. O Comitê anunciou a punição no último dia 22 em uma reunião. Ela deve continuar trabalhando normalmente na escola, apesar de ter mostrado um comportamento inadequado e prejudicial para a educação infantil.
Os relatórios do Comitê mostraram que as agressões aconteciam por situações do cotidiano. Ela puxava a criança com força pela gola do uniforme por ter esquecido um objeto na sala, fazia ficar de pé por 20 minutos como castigo.
Um menino do 5° ano que não respondeu quando ela perguntou o motivo de ter esquecido o objeto ouviu a seguinte frase: “será que você está doente do coração? Você devia se tratar em um hospital”.
Os outros casos não foram especificados e a reportagem informou que a professora pediu desculpas e falou que estava arrependida de seus atos. Ela também disse que não tinha noção de que o que estava fazendo conferia agressão física ou verbal.
O diretor da escola também recebeu uma advertência por não ter orientado bem os professores. Este não é o primeiro caso de agressão praticada por professores contra crianças nesta escola.
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Outro caso de agressão contra crianças
Essa professora não foi a única a ser punida por agir com violência contra os alunos. Outro professor acabou demitido em setembro do ano passado por ocorrências ainda mais graves.
O Comitê identificou 34 casos de agressões físicas e verbais provocadas por este professor, também contra as crianças que frequentavam a sala especial. O professor foi acusado de ter sugerido o suicídio para 6 alunos, dizendo coisas como: “sua vida não tem valor, a única solução é você morrer”.
Este caso gerou um atrito ainda maior entre as entidades relacionadas à educação infantil na cidade. A administração pública e o Comitê consideraram que foi um “problema de grande dimensão” no relatório oficial.
As salas especiais são classes montadas nas escolas japonesas para crianças com alguma condição especial, atraso ou dificuldade no desenvolvimento. Por ter dificuldade de acompanhar os estudos no mesmo ritmo da turma, esses alunos passam a frequentar estas classes, que funcionam em um ritmo de aprendizado mais lento.
Embora o foco esteja nos alunos com necessidades especiais, as crianças estrangeiras com dificuldade no idioma japonês, adaptação e socialização com os colegas, muitas vezes frequentam as salas especiais, ainda que não tenham nenhuma condição especial diagnosticada.