Tóquio – Dias intensos de verão ainda estão por vir. Nesta época do ano, gasta-se mais energia com aparelhos de ar-condicionado e o refúgio é permanecer em um ambiente climatizado.
Porém, este ano, deixar o ar-condicionado ligado durante todo o tempo poderá ser desafiador. Por causa da situação de fornecimento de energia elétrica, o governo japonês pretende solicitar que a população faça esforços para economizar.
Segundo uma reportagem da emissora Nippon TV, o governo deve fazer o anúncio nesta semana, pedindo economia de energia a partir de 1º de julho e pelos próximos três meses. Diante das circunstâncias, alguns locais já começaram a tomar providências para economizar luz.
Um shopping center em Tóquio decidiu deixar a iluminação no painel com o logo e a seta de localização desligada. Outras luzes superiores também foram apagadas. O shopping Aeon Musashi-Murayama, também em Tóquio, decidiu apagar luzes internas e externas para economizar.
“A situação está muito difícil e por isso vamos colaborar do melhor jeito possível, deixando de usar iluminações que não são essenciais dentro e fora do prédio”, disse Jiro Koba, gestor da rede local.
A principal demanda é por ar-condicionado e os aparelhos puxam mais energia. A TEPCO (Companhia Elétrica de Tóquio) passa por uma situação de pressão pelo fornecimento de luz e sem um uso consciente pela população, a situação pode se agravar e provocar transtornos aos consumidores.
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Necessidade de economizar energia
Há várias razões para a escassez de energia atual e a necessidade urgente de economizar no dia a dia, apesar das altas temperaturas. A reportagem da emissora Nippon TV indicou que houve uma redução na atividade das usinas termoelétricas, que são responsáveis por mais de 70% da geração de eletricidade.
Um pouco é devido à economia de baixo carbono, um sistema que visa reduzir os danos ao meio ambiente, com a baixa na emissão de gases do efeito estufa. Outra razão é a deterioração das usinas. Nos últimos cinco anos, as maiores geradoras de energia do país tiveram redução na capacidade de fornecimento.
Um dos casos mais notáveis é o da Usina Termoelétrica Anegasaki na província de Chiba. Por causa da deterioração das instalações e equipamentos enferrujados, as atividades foram suspensas no ano passado.
Mas por determinação do governo central do Japão, a JERA deve retomar o reabastecimento de parte da instalação no próximo mês e deve fornecer energia para 1,7 milhão de domicílios. Isto tem causados preocupações na administração local.
“Faz mais de 40 anos que começamos a gerar energia. Para operar novamente, teremos que arcar com um custo alto de inspeções”, comentou Kouei Kamei, chefe da instalação.
Outra preocupação é com a continuidade da guerra na Ucrânia e as tensões mundiais com a Rússia. O Ministério da Economia do Japão já emitiu um alerta de “crise” com a possibilidade do líder russo Vladimir Putin interromper o fornecimento de combustíveis fósseis para a geração de energia, o que agravaria a situação do Japão.
De qualquer forma, a situação é delicada e apesar das elevadas temperaturas, todos os domicílios no Japão devem fazer algum esforço para reduzir o gasto de energia nos próximos meses.