O Japão enfrenta uma crescente preocupação com o aumento dos ataques de ursos e o envelhecimento da força de caçadores encarregada de gerenciar esses conflitos. Nos últimos 12 meses até março de 2024, foram registrados 219 ataques de ursos, seis deles fatais, enquanto mais de 9.000 ursos foram capturados e abatidos, segundo o Ministério do Meio Ambiente.
Em Hokkaido, a população de ursos-pardos dobrou em 30 anos, enquanto os ursos-negros triplicaram desde 2012, chegando a 44.000, de acordo com estimativas. As mudanças nos habitats, a conservação e o declínio populacional nas áreas rurais contribuíram para o aumento das interações perigosas.
Cidades como Sunagawa dependem de associações de caçadores locais para capturar os animais. No entanto, os caçadores, em sua maioria idosos, enfrentam riscos físicos, mentais e financeiros. O pagamento médio por abate mal cobre custos básicos, e regras rígidas para uso de armas dificultam a atuação em áreas urbanas.
Autoridades japonesas propuseram mudanças nas leis para facilitar a atuação dos caçadores e estão promovendo treinamentos e incentivos. Organizações ambientais, como o WWF, defendem a criação de zonas de amortecimento e planos nacionais de manejo para preservar as populações de ursos.
Apesar do crescimento populacional dos ursos no Japão, o urso-negro-asiático continua classificado como vulnerável pela IUCN, enquanto o urso-pardo é considerado de menor preocupação. Especialistas alertam que o equilíbrio entre segurança pública e conservação exige uma abordagem mais estruturada e de longo prazo.