O preço médio do arroz no Japão registrou queda pela primeira vez em 18 semanas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura. Na semana encerrada em 4 de maio, uma embalagem de 5 quilos do produto custava, em média, 4.214 ienes — aproximadamente 28,50 dólares — valor 19 ienes inferior ao da semana anterior.
Apesar da leve redução, o alívio para os consumidores é pequeno. O preço atual ainda representa o dobro do que era registrado no mesmo período do ano passado, mantendo a pressão no orçamento das famílias japonesas.
A alta no valor do arroz já começa a impactar outros setores, como o da educação. Em uma cidade da província de Osaka, autoridades decidiram reduzir a oferta de arroz nas refeições escolares de três para duas vezes por semana. A justificativa é a previsão de novos aumentos e o risco de o orçamento destinado à merenda não ser suficiente para cobrir os custos.
De acordo com o Ministério da Agricultura, os estoques de arroz mantidos por cooperativas agrícolas, atacadistas e outros agentes caíram em mais de 300 mil toneladas em comparação ao ano anterior. A quantidade comercializada para supermercados e outros estabelecimentos também diminuiu no mesmo período.
Em Hokkaido, no norte do país, um supermercado enfrenta dificuldades para suprir a demanda por arroz. As prateleiras antes repletas do alimento agora estão ocupadas por produtos alternativos, como mistura para panquecas.
Curiosamente, mesmo diante dos preços elevados, um supermercado em Tóquio relatou um aumento de 20% nas vendas de arroz em relação ao ano anterior. O comportamento dos consumidores, no entanto, mudou: quase três vezes mais pessoas estão optando por embalagens menores, de 2 quilos, buscando alternativas para economizar.
Segundo os dados oficiais, desde abril a quantidade de arroz vendida em supermercados de todo o Japão tem superado os números do mesmo período de 2024, o que demonstra uma demanda ainda forte, apesar do custo elevado.
Especialistas apontam que esse movimento pode estar sendo impulsionado pelo receio da população diante de possíveis escassezes no futuro. A recomendação, no entanto, é de que os consumidores mantenham hábitos de compra normais e evitem o acúmulo excessivo do produto, a fim de conter novas pressões sobre os preços.