No domingo, 3 de agosto, manifestantes vestidos de verde e amarelo tomaram as ruas de diversas capitais e cidades brasileiras em atos convocados por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. As manifestações pediram anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e protestaram contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em São Paulo, a Avenida Paulista foi palco de uma das maiores concentrações. Com trios elétricos e discursos inflamados, o pastor Silas Malafaia puxou os gritos de “Fora Moraes” e “Fora Lula”, seguidos pela multidão. O ex-presidente Bolsonaro, em prisão domiciliar, acompanhou os atos de casa, enquanto sua esposa, Michelle Bolsonaro, participou da manifestação em Belém (PA).
O evento na capital paulista contou com a presença do deputado federal Nikolas Ferreira e do prefeito Ricardo Nunes. O governador Tarcísio de Freitas, por sua vez, não pôde comparecer devido a um procedimento médico. Já o deputado Gustavo Gayer afirmou não conseguir sair de Goiânia (GO), onde também aconteceu, segundo ele, um ato “gigantesco”.
As manifestações aconteceram também no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Campo Grande, Vitória, Recife, Brasília, Aracaju, e em cidades do interior de São Paulo, Santa Catarina e outros estados. A frase “foi um dia magnitsky” ganhou destaque entre os participantes, em referência à chamada Lei Magnitsky, uma legislação americana usada para sancionar autoridades por violações de direitos humanos, numa tentativa simbólica de criticar o ministro Alexandre de Moraes.
Cartazes em apoio ao ex-presidente Donald Trump também foram vistos, com agradecimentos por supostamente aplicar a referida lei contra figuras do Judiciário brasileiro.
Os discursos, apesar de fortes, aconteceram em manifestações descritas como pacíficas. Além da anistia, os manifestantes pediram o impeachment do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes.
Durante sua fala, o deputado Nikolas Ferreira criticou ações recentes do presidente Lula, como o envio de um avião da Força Aérea Brasileira para buscar a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção, e sua aproximação com a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, também condenada. O deputado classificou as ações como exemplos da suposta seletividade do governo e do sistema judicial.
As manifestações marcam mais um capítulo da polarização política no país e evidenciam o apoio ainda existente entre setores da população ao ex-presidente Jair Bolsonaro.