O número de residentes estrangeiros no Japão continua a crescer rapidamente, refletindo as transformações demográficas e a dependência crescente do país em mão de obra internacional. De acordo com dados governamentais divulgados no domingo (2), 27 municípios japoneses já contam com mais de 10% de sua população formada por estrangeiros — uma proporção que o Instituto Nacional de Pesquisa Populacional e de Previdência Social havia previsto que só seria alcançada em 2070 para o país como um todo.
O levantamento aponta que o número total de residentes estrangeiros atingiu 3,76 milhões no final de 2024, um aumento recorde de 350 mil pessoas em um único ano. O crescimento é impulsionado pela chegada de trabalhadores essenciais, especialmente em setores industriais e de serviços, diante da escassez de mão de obra provocada pelo envelhecimento populacional.
Entre os municípios com as maiores proporções de estrangeiros, destaque para a vila de Shimukappu (Hokkaido), onde 36,6% da população é estrangeira — a taxa mais alta do país. Em seguida aparecem Akaigawa (Hokkaido), o distrito de Ikuno (Osaka), Oizumi (Gunma) e Kutchan (Hokkaido), todos com mais de 20% de residentes vindos do exterior.
Os 27 municípios identificados estão distribuídos em 13 das 47 províncias japonesas, incluindo áreas industriais, destinos turísticos e comunidades tradicionais de imigrantes. No total, 151 municípios em 27 províncias já têm mais de 5% da população composta por estrangeiros, enquanto apenas duas vilas em todo o país não registram nenhum residente estrangeiro.
O fenômeno marca uma nova fase na história migratória do Japão. Até a década de 1960, havia cerca de 600 mil estrangeiros no país. O número começou a crescer significativamente após a revisão da Lei de Imigração em 1990, que permitiu que pessoas de ascendência japonesa vivessem no país como residentes de longo prazo.
Após uma queda temporária durante a crise financeira global de 2008 e outra durante a pandemia de Covid-19, o Japão agora vivencia o que especialistas chamam de terceira fase de expansão populacional estrangeira.
Nos últimos anos, políticas mais abertas, como o visto para trabalhadores qualificados específicos e novas revisões no sistema de imigração, vêm impulsionando esse crescimento. Com o país enfrentando uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo, a presença crescente de residentes estrangeiros já se mostra essencial para sustentar a economia e a vida social japonesa nas próximas décadas.
			




