Os samurai sempre foi uma visão exótica de um país tão interessante. O novo documentário da Netflix mostra um pouco da participação destes guerreiros na estruturação do Japão.
O documentário se passa no final do período Sengoku, período de grande divisão interna do Japão, onde não havia um país e sim vários. É um período de guerra civil, travada sobre as lâminas afiadas dos samurai da época.
Longe da figura lendária dos samurai, o documentário aborda um linguagem histórica e tenta mostrar os fatos e personagens que escreveram a história sangrenta e cheia de reviravoltas do país asiático.
É muito interessante ver a ascensão e queda de cada uma das figuras históricas japonesas, que no período, ditavam suas regras com força e astúcia.
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Apesar de poucas falas dos atores nas cenas, a narração dos historiadores dá um ritmo intenso ao documentário, tendo o destaque de Stephen Turnbull, especializado em história militar do Japão feudal.
O mais interessante da história do país, que foi retratado no documentário, é ver que um pequeno número de pessoas acabou por definir o futuro de um país inteiro.
A seguir, veja quem são os personagens principais e suas relações ao longo da trama.
Oda Nobunaga
A história começa a ser narrada em 1551, após o funeral que transformou em daimyo (senhor feudal) um dos samurai mais ferozes e astutos do período, Oda Nobunaga.
Não tendo o melhor dos comportamentos, mesmo para os padrões da época, ele acaba se tornando o daimyo da província de Owari (hoje a província de Aichi).
Menosprezado, Nobunaga começa suas conquistas fazendo coisas que poucos samurai da época aceitavam, como a criação de um exército com camponeses sem treinamento.
Outro fator que vale a pena comentar é o investimento em tecnologia. Apesar de estarmos falando do século 16, a arma de fogo não eram práticas e se perdia mais tempo recarregando do que acertando os inimigos.
Nobunaga desenvolveu novas táticas militares e foi muito ousado em suas campanhas, rendendo a ele a parcial reunificação do Japão, que não tinha um governo único.
Vale ainda destacar o seu encontro com os ninja de Iga, o que o tornou um infame genocida, além da perseguição a monges budistas.
Toyotomi Hideyoshi
Outra figura histórica importante retratado no documentário é Toyotomi Hideyoshi, sucessor de Oda Nobunaga, considerado o verdadeiro unificador do Japão e também um tirano.
Fiel defensor da causa de Nobunaga, ele precisa manter o legado de unificar o país e, após fazê-lo, começa uma campanha para conquistar a China.
Sob seu domínio, o Japão fez a maior invasão da História, com 200 mil samurai desembarcando na Coreia, hoje Coreia do Sul, em 1592, feito que foi apenas superado no dia D, durante a Segunda Guerra Mundial.
Suas conquistas só não foram maiores que sua tirania, já que seu exército cometeu todo o tipo de atrocidades durante as invasões da península coreana e sendo responsável também pelo assassinato de cerca de 60 mil cristãos.
Tokugawa Ieyasu
Sucessor de Toyotomi, Tokugawa Ieyasu foi aliado de Oda Nobunaga e se tornou o responsável legal pela guarda do herdeiro sucessor de Toyotomi, Hideyori.
Além de participar de inúmeras batalhas ao lado de seus antecessores, Ieyasu saiu vitorioso da famosa batalha de Sekigahara, onde acabou por consolidar seu poder.
Também recebeu o título de Shogun e seu domínio acabou por finalizar quase 150 anos de guerra civil no país.
Date Masamune
Daimyo de Tohoku, decisivo em várias batalhas, perdeu um olho e era conhecido como “Dragão de um olho”.
Jamais poderia deixar de falar deste tremendo estrategista, pois há rumores que foi com base nele que George Lucas, criador do universo Star Wars, criou o capacete do maior vilão do cinema, Darth Vader.
É claro que aqui, ao falarmos de história, os spoilers estão por todos os lados e podem ser vistos em nas praças do país, mas fique tranquilo, há vários detalhes interessantes que fiz questão de não contar aqui.
O documentário conta com 6 episódios e está disponível no serviço de streaming da Netflix.