Kashiwa – A ave de pelagem negra e vermelha, que costuma comer sapos e cobras e se movimentar entre árvores, tem surpreendido moradores de cidades no interior da província de Chiba.
No último dia 31, a ave da espécie calau-grande foi fotografada na cidade de Kashiwa. A espécie é típica da África subsariana, pode ser encontrada nas savanas ao sul do continente, mas não nas zonas naturais ou rurais do Japão.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji TV, esta não foi a primeira vez que moradores da província relataram ter visto a ave. Os relatos estão sendo registrados desde março do ano passado, em cidades no interior da província, como Kashiwa e Abiko.
Foram mais de 20 relatos de pessoas que viram a ave. A Fuji TV tentou localizá-la na terça-feira (1), mas se deparou apenas com uma outra ave também de pelagem negra e muito menor. O calau-grande não foi encontrado pela equipe de reportagem.
Tudo indica que se trata de uma única ave e os especialistas não sabem se há influências para o ecossistema local. Algumas pessoas que viram a ave no ano passado e novamente este ano falaram com a emissora.
“Tive a sensação de que ele passou bem pelo inverno. Minha impressão é de que estava um pouco mais velho e trêmulo em comparação com a vez que o vi no ano passado”, disse uma testemunha.
“Eu já vi esta ave três vezes nesta região. É verdade, ele está por aqui mesmo. Eu percebi que é mais comum ele aparecer quando está claro”, disse outra.
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O mistério da ave em Chiba
O calau-grande é uma espécie rara por estar em risco de extinção. É uma ave carnívora de porte grande, que costuma parar em árvores e observar suas presas de longe. As vezes se move sem forças por um grande gramado, mas pode ser ágil e feroz quando pula.
Este tipo de ave não tem perfil migratório, então não poderia ter vindo por conta própria do continente africano ao Japão. Outro ponto é que não houve registro de ocorrências de fuga de nenhum animal de zoológicos japoneses.
De acordo com algumas pessoas que viram a ave, o calau-grande de Chiba parece estar acostumado com a presença de pessoas.
O mais provável é que o animal tenha fugido de seu local de criação ou tenha sido abandonado pelo responsável que a trouxe ao Japão.
Takashi Hiraoka, especialista do Instituto Yamashina de Ornitologia, disse que o ideal seria devolvê-la para o local onde estava sendo criada. No entanto, em uma situação como esta, não se sabe se não houve práticas criminais como o contrabando de animais.
“Não é bom que uma espécie seja solta em um ambiente natural no qual não está acostumada. O melhor seria devolvê-la, mas precisamos enfatizar e ensinar as pessoas que não se pode criar animais de forma irresponsável e desatenta”, explicou.