Tóquio – Uma situação atípica alertou as organizações meteorológicas do Japão e trouxe um sinal importante para a população: a necessidade de tomar providências para garantir a segurança no caso de acontecer um desastre natural.
Nesta semana, localidades diferentes no país registraram tremores de intensidade 4 na escala japonesa, que vai até 7. Esses tremores são medianos e o suficiente para serem sentidos e causar algum susto, embora dificilmente causem danos.
Segundo o portal meteorológico Weather News, não é possível dizer que esses tremores, que envolvem placas subterrâneas diferentes, estão relacionados. Alguns deles ocorreram em regiões com uma atividade sísmica mais intensa, mas outros foram o primeiro registro em anos.
Os terremotos recentes de intensidade 4:
1. 31/03, 20:52: M 4.7 / 73 km de profundidade na Baía de Tóquio
2. 31/03, 23:34 M 4.4 / 13 km de profundidade ao sul de Quioto
3. 2/04, 16:27 M 4.4 / 56 km de profundidade ao norte de Ibaraki
4. 4/04, 10:26: M 4.3 / 14 km de profundidade na costa da Península de Noto em Ishikawa
5. 4/04, 19:29 M 5.4 / 44 km de profundidade na costa de Fukushima
6. 6/04, 0:04 M5.4 / 50 km de profundidade na costa de Fukushima
7. 6/04, 17:14 M 3.6 / 10 km de profundidade ao norte de Wakayama
8. 7/04, 9:30 M 4.6 / 10 km de profundidade ao leste de Aichi
De acordo com o portal, terremotos medianos costumam acontecer algumas vezes por ano na Baía de Tóquio, norte de Ibaraki e norte da província de Wakayama e não são raros. Um tremor de intensidade 4 costuma acontecer uma vez a cada alguns anos no sul de Quioto. O ponto ao leste de Aichi não costuma registrar muitos tremores, mas em 1997, a região sofreu um abalo de intensidade 5+ (forte).
Na Península de Noto em Ishikawa, a Agência de Meteorologia do Japão (JMA, em inglês), tem acompanhado um aumento na atividade sísmica desde outubro de 2020. E os tremores em Fukushima provavelmente estão relacionados ao terremoto mais forte, de magnitude 7.4, ocorrido no dia 16 de março ou mesmo ao aumento da atividade sísmica na região, registrada desde a ocorrência do grande terremoto e tsunami de Tohoku em 2011.
Mas o que mais chama atenção é a quantidade de terremotos medianos em um curto período, que é bastante fora do comum.
“Se seguir neste passo, teremos 40 tremores medianos em um mês, o que é muito superior a um mês comum. Ainda estamos na primeira semana de abril e a quantidade de tremores de intensidade 4 já superou o esperado para o mês inteiro”, explicou um artigo da Weather News.
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Alerta de prevenção
As autoridades de meteorologia e prevenção de desastres no Japão não dizem que isto é um sinal de que um grande desastre está a caminho, mas o Japão é um país situado sobre três placas tectônicas e pode ser surpreendido por terremotos a qualquer momento.
O portal da Weather News aproveitou a oportunidade para alertar aqueles que ficaram assustados ao sentir algum tremor mediano nos últimos dias de que algo muito mais forte pode acontecer e sem aviso prévio. Por isso é tão importante estar preparado, com estoque de alimentos e água em casa, compreensão das rotas para os abrigos e medidas preventivas.
No caso dos terremotos, vale a pena repensar na dinâmica interna da casa. Fixar as estantes nas paredes e evitar deixar um armário ao lado da cama é fundamental. Pense em tudo que pode cair na sua cabeça ou de outra pessoa caso um forte terremoto aconteça e tome providências.
No terremoto do dia 16 de março, um idoso na região atingida de Fukushima chegou a ficar 36 horas embaixo de um armário que caiu com o abalo. Ele só sobreviveu por ter sido encontrado a tempo por uma conhecida e foi resgatado pelos bombeiros.
O portal alertou ainda para os riscos de danos mesmo quando o tremor é mediano, pois a profundidade no epicentro faz diferença na intensidade.
“Tirando os tremores em Fukushima, os outros tiveram magnitude inferior a 5 e isto indica uma pequena escala. Porém, mesmo o terremoto de pequena escala pode ser sentido com força se o epicentro for muito próximo ou raso e por isto é preciso ter atenção”.