Tóquio – Há quem diga que não precisa de amigos, enquanto que os que vivem rodeados pelas amizades, são gratos por isso. O fato é que a solidão pode ser perigosa e a condição é relacionada com estresse, ansiedade, depressão e aumento dos riscos de problemas cardiovasculares.
No Japão, o ritmo intenso de trabalho ou estudos e o pouco tempo disponível pode estar relacionado com a dificuldade em fazer amigos ou as questões provocadas por conflitos nas relações humanas.
Uma pesquisa conduzida Portal Ashita Media, do Grupo BIGLOBE, entrevistou 1000 homens e mulheres entre 18 e 69 anos para descobrir sobre suas situações de amizades. Intitulada de “Pesquisa sobre Relações Humanas e Amigos”, o estudo trouxe dados interessantes em diferentes faixas etárias.
Solidão na meia-idade
O estudo, que foi divulgado no portal Maidona News, mostrou que, a partir dos 40 anos de idade, há uma tendência maior em não ter amigos. Entre os jovens de 18 e 19 anos, 35% disseram não ter amigos e entre os de 20 e 29 anos, a taxa aumentou para 49,8%,
Na faixa de 30 a 39 anos, a falta de amigos também abala cerca de metade dos entrevistados (49%) e passa da metade no caso de homens e mulheres entre 40 e 49 anos. Nesta faixa etária, 52% disseram que não tem nenhum amigo.
Entre 50 e 59 anos e 60 e 69 anos, já entrando na terceira idade, a média seguiu a mesma, com cerca de 48% de afirmações sobre não ter amigos.
No geral, em quase todas as faixas etárias, cerca de metade das pessoas vivem sem convívio social com amigos. As relações acabam limitadas aos familiares e as obrigações de convívio pelo trabalho ou estudo.
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Mais amigos virtuais
Outro dado interessante apresentado pelo estudo é sobre os amigos virtuais. O contato virtual existe desde os primórdios da internet, mas se fortaleceu depois da pandemia e com as restrições. Muitas relações reais foram obrigadas a se limitar ao virtual enquanto que há pessoas que convivem com amigos que nunca puderam encontrar ao vivo.
Ao ser questionado se há amigos virtuais que nunca encontrou, o índice de respostas positivas foi mais alto entre jovens de 18 e 19 anos: com 51% de afirmações. Na faixa de 20 a 29 anos, 39,4% disseram ter amigos que só são virtuais e na faixa de 30 anos, foi cerca de 38%.
Outra questão da pesquisa foi se os entrevistados sentem vontade de encontrar os amigos com frequência e o índice de respostas positivas foi caindo conforme a faixa etária aumentou. No caso de 18 e 19 anos, foram 66% de respostas positivas e entre 20 e 29 anos, caiu para 47,4%. No caso da faixa etária de 40 a 49 anos, o índice caiu ainda mais, chegando a 41%.