Kawasaki – Uma mulher com câncer de pulmão não teve a chance de se tratar, embora o exame que indicou a presença do tumor tenha sido feito 4 anos antes, quando a doença ainda estava em um estágio inicial.
Este caso aconteceu em Kawasaki, na província de Kanagawa, aos arredores de Tóquio. Em dezembro de 2017, a paciente fez uma tomografia computadorizada (CT) e o relatório do exame indicou suspeita de câncer de pulmão.
Mas houve um erro de comunicação entre os profissionais de saúde que fizeram o exame e o médico responsável pela paciente. O diagnóstico não foi informado e passou batido no relatório do exame. A mulher acabou sendo liberada para a casa sem saber da doença e sem nenhuma perspectiva de tratamento.
Segundo uma reportagem do Jornal Yomiuri, a situação se repetiu em dezembro de 2021: quatro anos depois. A paciente que era idosa, voltou ao mesmo hospital e fez uma nova tomografia computadorizada, depois de ter sofrido uma fratura que resultou em internação.
O segundo exame apontou mais uma vez para a presença do câncer de pulmão. E, mais uma vez, o médico responsável por ela não verificou o relatório do exame. Ela tratou a fratura e recebeu alta sem saber da doença.
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Agravamento e óbito
O erro do hospital custou a vida da paciente e só foi descoberto este ano, depois que a situação de saúde se agravou e ela foi internada. Em maio, ela foi levada ao hospital de ambulância e internada com um quadro de insuficiência cardíaca. Na ocasião, o médico que pegou o caso conferiu as tomografias de 2017 e de 2021 e percebeu que ela estava com câncer de pulmão.
Mas foi tarde demais. A mulher fez um novo exame que indicou que o tumor já estava no estágio 4, que é a fase terminal. O hospital se desculpou com a paciente e com a família pelo erro e a doença começou a ser tratadas, mas as perspectivas eram péssimas por causa do quadro clínico.
Três meses depois, em agosto deste ano, a paciente acabou vindo a óbito.
Daisuke Ito, o diretor do hospital, comentou o caso com a mídia japonesa e se desculpou publicamente pelo erro imperdoável na gestão do hospital, checagem de relatórios e comunicação entre os médicos e responsáveis.
“Vamos nos esforçar para tomar medidas capazes de garantir que algo parecido nunca mais ocorra neste hospital”, comentou.
Mas o caso foi grave e talvez não fique por isso mesmo. A família do paciente pode entrar com uma ação contra o hospital, contratar um advogado e iniciar um processo que resulte em indenização milionária. A reportagem não informou se isto está nos planos da família ou não.