Nagano – No dia 29 de setembro de 2021, a japonesa Nozomi Maruyama, de então 47 anos, foi encontrada morta no primeiro andar de sua casa. A autópsia confirmou o assassinato: ela foi estrangulada no local.
Ela estava caída de bruços, perto da porta do depósito no primeiro andar da casa. Mas não havia nenhum sinal de invasão, bagunça, pertences revirados ou roubados.
Em uma situação como essa, não é difícil que as suspeitas caiam sobre o marido. No caso, o marido de Nozomi é Daisuke Maruyama, de 48 anos e vereador da cidade de Nagano.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji, a família de Daisuke gerencia uma cervejaria em Nagano há mais de 100 anos, desde a era Meiji (período entre 1868 e 1912). O escritório de trabalho dele é um anexo da residência. O vereador costumava passar bastante tempo por ali, mas supostamente não estava por perto naquele dia.
Depois que o corpo foi encontrado e a polícia passou a investigar o caso, o vereador deu depoimento. Ele disse que no dia do assassinato, estava hospedado em um hotel na cidade por causa de seus compromissos políticos. Um álibi que fez a polícia dar voltas com a missão de encontrar um suspeito.
Mas um ano e dois meses se passaram e a investigação mudou de rumo. A polícia acredita que o assassinato tenha acontecido no escritório de Daisuke. Ele se tornou suspeito de ter estrangulado a esposa ali e deixado o corpo no local onde foi encontrado.
Mas a reportagem não trouxe detalhes sobre o que levou os investigadores a intensificar as suspeitas sobre o marido. No início desta semana, o vereador foi preso.
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As reações e declarações sobre o caso
A polícia japonesa também não divulgou se Daisuke confirmou a acusação ou se está negando, mas ele deu várias declarações públicas sobre o assassinato da esposa.
Uma delas aconteceu há dois meses, em uma entrevista da emissora NBS, realizada em sua casa. O vereador disse que gostaria que o autor do assassinato de sua esposa se entregasse para a polícia e que fosse punido “em algum lugar”, pelo crime.
O caso chocou a comunidade local, principalmente os vizinhos e conhecidos da família. Mas também foi exposto em muitos canais de comunicação japoneses.
Em uma reportagem da emissora TBS, conhecidos da família comentaram como estavam surpresos com a prisão.
“Eu fiquei muito surpresa quando soube, não esperava por esse desfecho”, comentou uma vizinha.
“Os negócios da família não iam bem quando ele se tornou vereador. Fiquei pensando no que aconteceu, se houve um problema entre eles”, disse um conhecido da família.
O crime lembra o caso da ex-deputada federal e pastora Flordelis no Brasil, que foi presa, julgada e condenada por ter sido a mandante do assassinato do marido, Anderson do Carmo, em junho de 2019.
O caso de Flordelis também deu bastante voltas. Na época que Anderson foi executado, a então deputada veio a público e deu entrevistas em que parecia estar triste ou indignada pelo assassinato de seu marido e queria que o culpado fosse punido. Ela teve o mandato cassado em agosto de 2021 e no início deste mês, foi condenada pelo caso.
A pena de Flordelis foi de 50 anos de prisão e a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues deve cumprir pena de 31 anos. Além do assassinato, Flordelis também foi condenada por usar documentos falsos e associação criminosa.