Tóquio – O ranking Henley Passport Index, da empresa Henley & Partners, colocou o passaporte japonês no topo dos documentos de viagem mais poderosos do mundo. O passaporte vermelho, que permite a entrada sem visto em 193 países e regiões administrativas, está na liderança do ranking há cinco anos consecutivos.
De acordo com uma reportagem do portal J-Cast News, o ranking foi baseado nos dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) e traz informações curiosas. A força do passaporte de 199 nações foi avaliada e os dados são atualizados a cada quatro meses, mas não costuma apresentar muitas alterações.
Os japoneses entram sem precisar de visto em 193 de 227 países e regiões administrativas pelo mundo. Em segundo lugar ficou Singapura e a Coreia do Sul, com entrada liberada em 192 países. Logo atrás está o passaporte alemão e espanhol, que não precisa de visto para 190 países.
Os passaportes da Finlândia, Itália, Luxemburgo permitem a entrada em 189 países e os documentos de viagem da Austrália, Dinamarca, Holanda e Suécia liberam a entrada em 188 países.
Já o passaporte brasileiro é considerado mediano. Os tupiniquins podem entrar em 129 países sem visto, mas a posição no ranking caiu em agosto de 2022, quando o México passou a exigir visto e dificultou as viagens para destinos populares, como Cancun.
A reportagem também mostrou os passaportes com mais restrições. O mais fraco é do Afeganistão, que permite a entrada em apenas 27 países. Os iraquianos podem entrar em 29 nações sem visto. Os cidadãos da Síria em 30, do Paquistão em 32 e do Iemen em 34 países.
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Vantagens do passaporte japonês
A viagem turista não é o único benefício de um passaporte poderoso como o japonês. A área que permite a entrada sem visto dos japoneses engloba 98% do PIB (Produto Interno Bruto) do mundo, sendo que o PIB do Japão representa apenas 5%.
O PIB dos Estados Unidos representa 25% do mundo, mas os países que os norte-americanos entram sem visto totaliza apenas 68%. A China detém 19% do PIB do mundo e os países com entrada liberada para os chineses representam a proporção de 26%.
Para o especialista em investimento global Jeff D. Updike, os japoneses contam ainda com uma vantagem econômica no mundo.
“Um passaporte forte não é representado apenas pela quantidade de nações que permite a entrada sem visto. Há também mais liberdades econômicas, como as possibilidades de fazer investimentos e abrir negócios pelo mundo”, explicou.
Naturalização no Japão
Estrangeiros com ou sem descendência que vivem por mais de cinco anos no Japão podem se naturalizar desde que cumpram com todos os requisitos impostos pelo Ministério da Justiça.
É preciso ter mais de 18 anos, um visto de permanência válido e residência regular na hora da aplicação. O Japão também exige que o estrangeiro tenha independência financeira, situação de trabalho estável e um comportamento exemplar. Não é possível aplicar em caso de histórico criminal e mesmo infrações de trânsito dificultam o processo.
Se o candidato tiver uma ligação íntima com o Japão, parte das condições podem ser abrandadas. Este é o caso de quem nasceu no Japão, é casado com japonês ou filho de pai ou mãe japonês, mesmo que tenha nascido em outro país. O processo passa pelo encaminhamento de documentos, formulários, históricos, carta explicativa com os motivos para a naturalização e entrevistas. Além disso, o Japão não aceita dupla cidadania e os estrangeiros naturalizados devem abrir mão de seus passaportes originais.