Tóquio – A situação econômica dos trabalhadores tem piorado no Japão.
O Gabinete Oficial do governo japonês divulgou os dados da Pesquisa de Observação da Atividade Econômica, referentes ao mês de agosto. O indicador que avalia a situação atual ficou em 34.7, uma queda de 13.7 pontos com relação ao mês anterior.
É o primeiro resultado negativo nos últimos três meses e o segundo pior indicador desde o início da pandemia, segundo uma reportagem da emissora Fuji.
No quarto estado de emergência, a situação dos bares, restaurantes e setores de viagens e turismo seguiu em vias de piora. As empresas que passaram a atender clientes a distância ficaram com uma baixa taxa de firmação de novos contratos, resultando em baixo desempenho de vendas de produtos ou serviços.
As perspectivas para o cenário da situação econômica nos próximos meses também não são boas. O setor de educação, como os cursinhos de preparação para vestibular, disseram que as incertezas continuam com a disseminação de variantes do coronavírus com mais poder de afetar a saúde de pessoas jovens.
O setor de vestuário também não está com muitas esperanças de uma recuperação breve. De acordo com a pesquisa, mesmo com o avanço da vacina, o aumento dos casos reforça a necessidade de ficar em casa e com menos saídas, as vendas de roupas de outono e inverno caem.
A campanha de vacinação havia renovado as esperanças para este ano. No entanto, o Japão iniciou a atividade com atraso no mês de fevereiro e ainda luta para ampliar a capacidade de vacinar a população.
Em meio ao cenário de aumento de casos e a necessidade de agilizar as vacinas, desafios como o desperdício ou a falta de doses em algumas localidades e polêmicas como a mistura de componentes na vacina produzida pelo laboratório da Moderna, provocaram atrasos ainda maiores.
Até a quarta-feira (8), 60,9% da população do Japão já havia tomado uma dose e cerca de 50% se vacinaram com as duas doses.
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A situação econômica no estado de emergência
O aumento dos casos diários e do número de pacientes em estado grave não deixa o Japão sair do estado de emergência. E nesta situação desfavorável e prolongada, fica difícil obter uma melhora na situação econômica do país.
A emergência deveria acabar no fim desta semana, mas foi prorrogada em 19 províncias até o fim do mês de setembro. As únicas províncias que vão sair do estado de emergência são Miyagi e Okayama e, mesmo assim, seguem em alerta.
Outras províncias, como Tóquio e Osaka, seguem registrando um número elevado de casos diários, com predominância nos casos de jovens nas faixas de 20 e 30 anos.
Uma das problemáticas recentes da pandemia no Japão é o fato de que muitas pessoas estão em tratamento dentro de casa e isto aumenta a disseminação do vírus nas famílias.
Segundo os dados da emissora NHK, na quarta-feira (8), houve 1.834 novos casos em Tóquio e deste número, foi possível identificar a origem da transmissão em 839 casos.
Dos 839 casos rastreados, 593 eram pessoas que contraíram o vírus dentro de casa, de algum familiar que estava contaminado e em tratamento. Por mais que as famílias tentem isolar o doente, o alto poder de contágio do vírus e a convivência próxima aumentam os riscos de transmissão.