É muito provável que você não tenha ouvido falar em League of Legends, conhecido como LOL, ou ainda, você pode ser muito viciado no jogo.
Apesar disso, a adaptação lançada no Netflix tem deixado muita gente de queixo caído, principalmente a crítica especializada.
É algo impressionante, já que nem sempre público e crítica concordam (como aconteceu com o filme do Venom, por exemplo).
Mas não se engane: a animação não é feita só para os fãs do jogo e você pode começar a assistir agora (e se apaixonar por ela).
Arcane é viciante e muito bem feita
Um dos pontos que chama a atenção logo de cara é a qualidade da animação. Sério, a Netflix já fez muita animação ruim (como o aconteceu com o Nanatsu Taizai).
Mesmo não sendo um estúdio de animação consagrada, a Riot sempre foi elogiada pelos Cutscenes do game e era de se esperar que faria um bom trabalho nesse ponto.
Mas a animação também não parece convencional ao misturar texturas 3D e de desenho animado de forma suave, completando bem a ideia de ser algo não convencional.
Você pode até achar estranho nos primeiros minutos, mas depois vai se apaixonando pelo estilo.
Também há uma mescla boa entre a ação e momentos mais calmos, já que não é como em um jogo onde em certas partes a animação muda a qualidade dos gráficos.
Uma história bem desenvolvida
Outro ponto que pode dar muito errado em uma adaptação é a velocidade e a forma que a história é contada.
A princípio, você pode achar que tem muita ação no começo e tudo trava, mas isso acaba gerando bastante expectativa e te impulsiona para continuar para o próximo episódio.
Um ponto positivo para mim e que muita gente queria ter visto, foi não mostrar o passado do Vander e do Silco, já que a explicação que cada um dá, mostra suas motivações para seguir em frente.
Já o background dos personagens principais é explorado aos poucos, sem pressa e nos dá a oportunidade de entender como cada um chegou, de uma forma natural e sem saltos.
A história das irmãs Vi e Powder, que estão no foco da animação, é mostrada em detalhes, assim como a vida de Jayce e Vicktor.
A cidade alta e as vielas
Outro contraste interessante, são as divisões sociais do mundo de Arcane.
É notável que esse reflexo do nosso mundo, cada vez mais explorado na ficção, dá uma ar de realidade ao mundo da adaptação.
Na cidade alta, tecnologia e uma moral superior são exaltadas em todos os momentos. Já a decadência das vielas, mostra onde as pessoas vão para se expressar como realmente são.
Isso contribui ainda mais para demonstrar como a trama é complexa e bem trabalhada, ao ponto de vermos uma certa inversão disso durante o avançar da história.
Já os personagens que sobem e descem pelas divisões geográficas, evidenciam que essas divisões agravam o convívio destes dois mundos distintos.
E à medida que os episódios correm, a sensação de que um grande conflito ocorrerá vai se tornando factual.
Vale a pena assistir?
Mesmo que as adaptações da Netflix, às vezes, nos deixem de coração partido (como aconteceu com Cowboy Bebop), a animação é ótima e te convence.
Não é uma trama mal pensada, apressada e com um roteiro cheio de furos, o que deve ter sido decisivo para a avaliação da crítica especializada.
De qualquer forma, Arcane é mais do que uma simples adaptação de um jogo famoso e mostrou que tem certeza do rumo que está indo.
A animação possui 10 episódios de 40 minutos e está disponível na Netflix.