Após o lançamento do filme da Netflix “O Mundo Depois de Nós”, as redes sociais foram inundadas por comentários positivos sobre a produção. A história é simples, envolvendo um possível “fim do mundo”, algo recorrente em outros filmes, mas sem os clichês que têm acompanhado as produções nos últimos anos. O filme se assemelha mais às produções de “Cloverfield”, o que é positivo, pois a história apresenta elementos complexos que se desenrolam, tornando o ambiente ainda mais tenso.
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Além disso, os personagens são muito bem interpretados pelos atores, que entregam performances excepcionais. Com um elenco estelar, incluindo Julia Roberts, Mahershala Ali, Ethan Hawke, Myha’la Herrold e Kevin Bacon, é fácil entender por que o filme está agradando tanto.
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Mudando o mundo para sempre
Falando em filmes Cloverfield, é impossível não relacionar “O Mundo Depois de Nós” a “Rua Cloverfield, 10”, já que a maior parte da história se passa em uma casa. Apesar das grandes diferenças, algumas similaridades chamam a atenção. Mesmo sem se conhecerem pessoalmente, as famílias Stanford e Scott, que só se comunicam por e-mail, precisam cooperar para ter uma chance de sobreviver. É interessante como a praticidade do nosso mundo moderno pode criar situações onde, apesar de termos todo o conhecimento ao nosso alcance, podemos ficar escravizados pela tecnologia e não saber o mínimo sobre nada.
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Ao ver Clay Stanford (Ethan Hawke) dirigindo até a cidade sem poder confiar no GPS, é assustador perceber o quanto isso é uma verdade absurda. Pausar por um momento para refletir sobre como seria viver no dia a dia, especialmente no Japão, sem a possibilidade de ser guiado até um destino, onde as informações sobre endereços são escassas, com ruas sem nome e casas sem número. Além disso, esquecemos o quão dependentes das telas estamos, e o filme destaca o quão inúteis elas se tornam sem a internet.
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O conhecido e o desconhecido sob o mesmo teto
A parte mais desconfortável é perceber a desconfiança que Amanda (Julia Roberts) tem dos Scott. Ao se deparar com G.H. (Mahershala Ali), fica evidente o desconforto dela ao permitir que um negro “desconhecido” entre na casa no meio da noite. Já Clay parece mais disposto a ajudar e demonstra ser menos preconceituoso que sua esposa. É interessante notar que, em nenhum momento, Amanda ou Clay mencionam a palavra “racismo”, enquanto Ruth (Myha’la Herrold) discute sobre o problema de confiar em pessoas brancas.
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Além disso, o personagem de Kevin Bacon é um dos melhores do filme, satirizando alguns grupos que acreditam em teorias da conspiração e estão preparados para qualquer coisa. Emitindo opiniões xenofóbicas e estereotipadas, o personagem representa a soma do que vemos por aí em grupos que acreditam que o fim está próximo.
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De qualquer maneira, por algum motivo que ainda não compreendi, quem assistiu ao filme está intrigado com o final aberto, questionando a possibilidade de uma sequência. Finais desse tipo são comuns em “Cloverfield”, mas nunca sugerem continuações, já que os filmes sempre mostram eventos diferentes, nunca retornando aos mesmos personagens. Uma continuação sem esse grupo não seria uma boa ideia.
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