A Netflix, reconhecida por abordar temas provocativos, continua a tradição com o filme “O Assassino”. Ao adentrarmos essa narrativa, somos imersos no universo meticuloso do protagonista (Michael Fassbender), que enfrenta um dos seus raros reveses profissionais. Este homem sem nome, notável por sua meticulosidade e planos minuciosos, permanece invisível em um mundo altamente conectado e vigilante. Sob a direção de David Fincher, a aguardada produção revela uma reviravolta inusitada, explorando as complexidades de um enredo onde as coisas saem do controle.
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“O Assassino” é um suspense que pode decepcionar quem espera uma narrativa repleta de ação ou reações exageradas. No entanto, ao mergulhar na trama, somos apresentados à intensidade emocional do protagonista, destacando a forma engenhosa com que lida com as emoções durante seus trabalhos. A narrativa revela a habilidade do profissional em pensar sob pressão, revelando suas estratégias ao decidir os passos seguintes em uma jornada de vingança.
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O único erro do Assassino
Ao discutirmos o submundo do crime no século 21, é evidente que, embora a tecnologia seja uma aliada, ela também pode se tornar um obstáculo para quem vive fora da lei. Em nenhum momento são reveladas informações sobre sua identidade real, seu verdadeiro nome ou por quem ele luta, deixando esses aspectos abertos à interpretação do espectador.
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Outro elemento que evidencia a atenção à atmosfera do filme é a narração dos eventos. O Assassino raramente fala, e quando o faz, é sucinto. Em contraste, a maior parte da explicação é transmitida por meio de narração. Para aqueles que cruzam o caminho do protagonista, a impressão é de um homem totalmente frio e sem sentimentos. Entretanto, a narrativa revela que ele sofre e se desespera diante de cada decisão difícil que precisa tomar para proteger a si mesmo e aqueles a quem ama.
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Frieza e preparo absoluto
Outro aspecto impactante do filme é a preparação meticulosa do Assassino para eventualidades, antecipando que, em algum momento, algo poderia dar errado. A cada momento, ele trava uma batalha interna para ocultar suas emoções e evitar imprevistos. No entanto, após o fracasso de uma missão, redobra seus cuidados ao se ver exposto. Apesar da aparente contradição, é fascinante observar que, mesmo com toda a preparação e frieza, há momentos em que ele falha e sofre as consequências, evidenciando que ele está longe de ser um super-homem.
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Outro ponto a ser destacado é a habilidade de Fassbender em permanecer completamente inexpressivo na maior parte das cenas, conforme esperado para o personagem. Embora em momentos específicos ele revele um temor contido, a maior parte do tempo sua expressão permanece imperturbável. A escolha de narrar o filme adiciona um elemento intrigante, evidenciado pelo silêncio do personagem na segunda parte da história, revelando que ele age sem reflexão, apenas reagindo ao medo do que poderia ter ocorrido (e ocorreu de fato).
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