A gigante do streaming mais uma vez procurou convencer o público de que estava prestes a apresentar algo verdadeiramente inigualável, ao anunciar Rebel Moon como uma grandiosa produção inspirada no universo de Star Wars. No entanto, apesar de conquistar a atenção prévia, o filme não conseguiu cumprir suas promessas. Lembro-me de ouvir histórias sobre como Zack Snyder buscou a permissão de George Lucas para criar um filme mais “adulto” dentro do universo galáctico, o que gerou expectativas significativas. A espera até o lançamento foi desafiadora, especialmente considerando a profundidade sugerida pelo trailer.
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A proposta de explorar a jornada de um novo tipo de herói, viajando por diversos mundos enquanto lidera uma revolução, é sempre bem-vinda. No entanto, a dificuldade em fazer isso de uma maneira verdadeiramente inovadora e épica não pode ser subestimada. Para alcançar isso, é necessário ir além de uma boa premissa, construindo uma história que se desenvolva de forma envolvente na tela, sem depender exclusivamente de narração.
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Rebel Moon não é Star Wars
É preciso ressaltar que Rebel Moon está longe de ser comparável a Star Wars. A presença de viagens interplanetárias, naves e seres de diversos mundos não é suficiente; é crucial que haja uma profundidade que sustente o novo universo criado. Criar um mundo é desafiador; imaginar um universo coeso que faça sentido é ainda mais complexo. Além disso, a criação de um governo intergaláctico em conflito com rebeldes perde significado se a rebelião não for motivada por uma ameaça clara, o que parece faltar no governo retratado em Rebel Moon.
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Apesar de um vilão sádico, este não se equipara à imponência de personagens como Darth Vader. O mistério em torno de Vader, sua natureza sobrenatural e sua ligação com os Sith o tornaram uma presença aterrorizante. Infelizmente, Rebel Moon carece de elementos místicos que unam os personagens além da guerra. A Força em Star Wars proporciona uma base para o desenvolvimento dos rebeldes e Jedi, permitindo que ultrapassem limites em tempo recorde, algo que falta em Rebel Moon.
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Um universo sem magia
Por mais que odeia admitir, Star Wars tem um elemento que une os personagens além da guerra, algo místico, que acaba provendo meios para que os rebeldes/jedis possam se desenvolver em limites que é a Força. Com ela, mitos como o do “escolhido”, a luta entre o bem e o mal, acabam tendo uma base para alavancar os protagonistas além das suas capacidades e em tempo recorde. Talvez seja a Força que torne personagens como Obi Wan, Luke, Leia, Vader e Yoda tão icônicos.
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Kora (Sofia Boutella) não consegue ir além de ser uma lenda sobre a princesa, e a falta de carisma compromete seu papel na trama. Mesmo com um Almirante (Ed Skrein) servindo a um governo tecnologicamente avançado, a narrativa não transmite uma ameaça convincente. A sorte de Balisarius (Fre Fra) é inexplicável. Entretanto, a introdução do robô Jimmy (Anthony Hopkins) traz um novo elemento intrigante ao filme, gerando expectativas para sua possível participação mais significativa na segunda parte de Rebel Moon.
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O CGI, apesar do investimento massivo por parte da Netflix, deixou a desejar. Este elemento, que poderia servir como a “magia” do universo apresentado, não contribui efetivamente para o enredo. A esperança reside em uma Parte 2 que corrija as falhas da Parte 1, levando em consideração as críticas construtivas e aprimorando a experiência cinematográfica.
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