Kawasaki – Uma loja de conveniência em Kawasaki, província de Kanagawa, ficou um mês esperando por notícias do atendente que durante um único dia de trabalho, levou ¥1,4 milhão do caixa da loja.
O homem é Naoya Hatakeyama, de 44 anos. Ele havia sido contratado pelo sistema de contratação de um dia (conhecido como hi-yatoi baito). Normalmente, o trabalhador é enviado para um determinado local nos dias designados para trabalhar e cumpre funções e atividades temporárias.
Naoya tinha sido enviado para trabalhar em uma loja de conveniência, popularmente chamada de “combini”, na região de Tama, em Kawasaki. Parecia tudo normal, até que o gerente da loja notou que ¥1,4 milhão havia desaparecido do caixa.
As câmeras de segurança mostraram o atendente pegando o dinheiro, mas depois daquele dia, ele simplesmente desapareceu. De acordo com uma reportagem da Emissora Fuji, Naoya ficou foragido por mais de um mês, mas no último sábado (12), decidiu se entregar na delegacia de Tama.
Ele foi preso pela polícia e interrogado. Em seu depoimento, tentou explicar os motivos de ter roubado o dinheiro da loja e também disse que não poderia devolver porque tinha gastado tudo.
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“Não aguento mais ser pobre”
A declaração de Naoya que chamou a atenção da polícia e da mídia japonesa, é que ele alegou que não aguentava mais ser pobre e por isso cometeu o crime.
“Eu queria fugir dessa situação de pobreza que eu estou, tendo que pegar serviços de um dia, dormir no mangá café, não aguentava mais isso”, declarou.
Os mangás cafés, também chamados de “mangá kissa”, são estabelecimentos para passar o tempo, com 24h de funcionamento, cabines individuais, livros, internet e computadores.
Por serem de baixo custo, acabam abrigando viajantes que precisam economizar e trabalhadores de baixa renda, em condição instável e que muitas vezes não tem onde morar.
Trabalhadores nessas condições também encontram bastante dificuldade para obter um serviço estável no Japão. O histórico de trabalhos temporários, a falta de formação acadêmica em muitos casos e também um preconceito com a idade dificultam as possibilidades de arrumar uma vaga fixa em uma empresa.
Depois de passar um mês gastando o dinheiro para “fugir” da vida que tinha, o japonês deve enfrentar um agravamento de sua situação por causa do processo criminal. A reportagem não disse se ele deu detalhes ou não sobre o que fez com o dinheiro.
E a loja de conveniência dificilmente conseguirá recuperar a quantia.