Niigata – A morte de uma menina de 3 anos que acabou esquecida no ônibus de uma creche por cinco horas trouxe preocupações e temores para outras escolinhas infantis no país.
Uma reportagem da emissora Fuji mostrou a situação na escolinha Keisei, ao leste da cidade de Niigata (província de mesmo nome). A instituição está bem distante da creche de Shizuoka que esqueceu a menina no ônibus ou mesmo da creche de Fukuoka que cometeu o mesmo erro em julho de 2021, resultando na morte de um menino de 5 anos.
Mas os dois episódios mostraram a necessidade de redobrar a atenção e tomar muito cuidado para proteger a vida das crianças.
“Não foi pouca coisa”, disse a diretora da escolinha Keisei, Kayoko Ishiguro. “É o tipo de coisa que acontece quando cometemos pequenos erros e vamos repetindo no dia a dia”.
O funcionário responsável pelo ônibus que transporta as crianças para a creche faz inúmeras verificações. “Hoje 10 crianças devem subir no ônibus. Temos essa grande responsabilidade de cuidar deles, eu sinto nervosismo enquanto trabalho”, confessou.
Nesta creche, 40 crianças vão e voltam para a casa de ônibus todos os dias.
Depois que todos descem, várias verificações são feitas para ter certeza de que ninguém ficou para trás.
Além disso, a creche tem um sistema para controlar as presenças e ausências no dia, que ajuda a evitar o mal-entendido de acreditar que uma criança não veio no dia, quanto que na verdade ficou no ônibus ou esquecida em outro lugar.
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Verificações na escolinha
Evitar desaparecimentos, esquecimentos e problemas que podem oferecer riscos para as crianças é um trabalho que vai além de verificar os ônibus que transportaram os pequenos todos os dias.
Na escolinha Keisei, o escritório administrativo trabalha com um sistema de controle de ausências. Quando uma mãe, pai ou responsável avisa que o filho não virá no dia, o escritório comunica o responsável pela classe.
Os responsáveis pelas classes também ficam atentos e comunicam ao escritórios quantos vieram e se alguém faltou no dia. Se uma criança faltar e os pais não avisarem, o escritório passa o dia tentando contatá-los até verificar que a criança realmente não veio.
Isto ajuda a evitar o problema que aconteceu na creche em Shizuoka no início do mês e também na creche de Fukuoka em julho do ano passado. Nos dois casos, a diretora e funcionárias acreditaram que as crianças esquecidas no ônibus tinham faltado, apesar de os pais não terem avisado nada.
E isto acabou atrasando o momento da descoberta. No caso de Fukuoka, o menino só foi descoberto no fim do dia, quando as crianças voltaram para a casa e a família que estava esperando o retorno do filho foi informada de que ele não havia comparecido naquele dia.
Mas na verdade, o menino ficou desde a primeira hora da manhã no ônibus e quando foi encontrado, estava inconsciente. No hospital, teve a morte confirmada por hipertermia pouco tempo depois.
Com o reforço da segurança e aumento da consciência nas creches, as tragédias podem servir de lição para que nenhum novo caso aconteça no futuro.