Tóquio – Você tem confiança para dizer que está economizando do jeito certo?
Esta é uma questão difícil e a resposta provavelmente está nos resultados, o tamanho da poupança de cada um e como os hábitos financeiros tem ajudado a contornar as dificuldades da alta dos preços, custo de vida e desvalorização do iene.
Em uma reportagem do portal All About, duas especialistas japonesas conversaram sobre hábitos enraizados na população e que são ineficientes para ajudar na economia doméstica. Há atitudes antigas, mantidas até hoje, que não contribuem de fato com a redução dos gastos e outras ideias que até parecem boas, mas na prática não funcionam.
“Imagine que você olha no panfleto de um mercado os produtos baratos e quando está fazendo compra, se depara com aqueles adesivos que indicam que o produto está na metade do preço. E então você acha barato e coloca no carrinho, mas o problema é que você não precisava daquilo. Não importa o quanto seja barato, se você não precisa, não está ajudando a economizar”, explicou a consultora financeira Kikuno Yano.
Para Kikuno, o que o consumidor deve realmente avaliar não é se o produto em questão está ou não com um preço baixo, mas se é necessário comprar.
“Por mais que seja barato, se você comprar o que não precisa, vai estar desperdiçando o seu dinheiro. Os métodos eficientes de economizar na hora da compra não visam comprar o que está mais barato, mas comprar o que é essencial”, diz.
E saber discernir entre o que é necessário ou não pode ser especialmente importante agora. Neste ano, milhares de produtos, alimentos e bebidas tiveram reajustes de preços no Japão. Os valores exibidos nas prateleiras dos mercados estão mais elevados e na hora de finalizar as compras, dá para perceber a diferença nos valores totais.
Leia também: A emocionante despedida de uma família ucraniana depois de 6 meses em Nagano: “O Japão é a nossa segunda casa”.
Hábitos de economia em casa
Ao pensar em reduzir as despesas mensais, se torna impossível ignorar as contas básicas: luz, gás, água. Essas contas oscilam de acordo com o uso, os hábitos e também as estações, já que os extremos — inverno e verão — acabam exigindo mais do bolso.
É comum se preocupar em reduzir essas despesas, mas nada adianta se isto for feito de um jeito errado ou ainda capaz de ter um efeito contrário, provocando mais despesas e contas que não tinham sido programadas.
A planejadora financeira Harumi Maruyama explica que muitas pessoas erram nas tentativas de reduzir essas contas e deu alguns exemplos.
“A temperatura começa a cair e a pessoa que quer economizar decide que vai usar mais roupas dentro de casa e evitar o aquecedor. Você economiza com isto, mas se ficar doente, mas gastar com remédios e atendimento médico e se tiver que faltar o trabalho, ainda vai ter o salário reduzido. Se você escolher passar frio para reduzir a conta de luz, pode acabar com um prejuízo bem maior e não faz sentido”, sugere.
Outro hábito que algumas pessoas têm é o de tirar os cabos de energia das tomadas quando não estão sendo utilizados, para que não fiquem consumindo luz à tona.
“Você até pode fazer isto e provavelmente vai economizar um pouco. Mas mesmo tirando todos os cabos da tomada, a diferença na conta é bem pequena e isto demanda tempo, esforço, disciplina e se torna algo difícil de manter a longo prazo”, explicou.
Para economizar luz, outras atitudes são mais eficientes. Vale mais a pena usar o aquecedor de acordo com a necessidade, não ficar doente e cuidar, por exemplo, da manutenção do aparelho de ar-condicionado.
O simples fato de limpar o filtro todo o mês e evitar obstruções no equipamento externo, já faz diferença na conta de energia e a economia pode chegar a ¥10 mil por ano.