O Japão e a China reforçaram, nesta quarta-feira, em conversas de alto nível realizadas em Pequim, o compromisso com relações “estratégicas e mutuamente benéficas”. A iniciativa busca destacar as responsabilidades regionais e globais de ambos os países, mesmo em meio às tensões bilaterais persistentes.
O principal diplomata chinês, Wang Yi, enfatizou ao ministro das Relações Exteriores do Japão, Takeshi Iwaya, que China e Japão são “parceiros de cooperação” e que deseja avançar nas relações “no caminho certo”. Por sua vez, Iwaya destacou os esforços japoneses para “reduzir desafios e questões preocupantes, enquanto aumenta a cooperação e colaboração”, afirmando ser essencial “concretizar as capacidades” de ambos os países.
Mais cedo, Takeshi Iwaya e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, acordaram trabalhar por uma relação “construtiva e estável”, alinhando-se à decisão tomada em novembro pelo primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba e o presidente chinês Xi Jinping durante uma cúpula no Peru. Como parte do acordo, os dois líderes definiram a promoção de laços estáveis e mutuamente benéficos, além de planejar visitas recíprocas de seus ministros das Relações Exteriores “em um momento apropriado”.
Esta reunião marcou o primeiro encontro entre Wang Yi e Takeshi Iwaya, que visita a China pela primeira vez desde que assumiu o cargo em outubro. A última visita de um ministro das Relações Exteriores japonês à China foi realizada em abril de 2023, por Yoshimasa Hayashi.
Ainda nesta quarta-feira, Iwaya deve participar do segundo Diálogo de Alto Nível Japão-China de Intercâmbio Cultural e Pessoal, com foco na promoção do entendimento mútuo entre as duas nações.
Em setembro, os governos de Japão e China chegaram a um acordo sobre o relaxamento gradual da proibição chinesa de importação de frutos do mar japoneses. A medida foi implementada após o lançamento no mar de águas residuais tratadas da usina nuclear de Fukushima Daiichi, em agosto de 2023.
Apesar dos avanços diplomáticos, tensões persistem. Entre os principais pontos de atrito estão a intrusão de embarcações chinesas nas águas territoriais japonesas ao redor das Ilhas Senkaku, no Mar da China Oriental — que são reivindicadas por Pequim —, além da detenção de cidadãos japoneses sob acusações de espionagem.
Com esforços renovados de diálogo, os dois países buscam não apenas resolver suas diferenças, mas também fortalecer uma parceria que contribua para a estabilidade regional e global.