Com a chegada da temporada de chuvas no Japão, especialistas em saúde mental têm soado o alerta para a chamada “síndrome de junho”, uma condição marcada pelo esgotamento físico e mental, principalmente entre crianças e trabalhadores que iniciaram uma nova fase em abril — mês que marca o começo do ano letivo e do novo ciclo corporativo no país.
De acordo com médicos e psicólogos, a síndrome de junho é semelhante à já conhecida “síndrome de maio”, e está relacionada ao transtorno de ajustamento, condição clínica caracterizada por sintomas como insônia, dores de cabeça, desconfortos estomacais, náuseas, tonturas, fadiga persistente, perda de apetite e dificuldade para levantar-se pela manhã.
No caso das crianças, as mudanças ambientais — como a entrada em uma nova escola ou a transição de série — podem causar um impacto significativo. O estresse contínuo e o cansaço acumulado acabam levando algumas a recusarem-se a frequentar as aulas. Especialistas pedem que pais e educadores fiquem atentos aos sinais, pois o desequilíbrio do sistema nervoso autônomo tende a se agravar durante os dias chuvosos e úmidos de junho, tornando esse período ainda mais delicado.
Dados do Ministério da Educação do Japão revelam a gravidade da situação: no ano letivo de 2023 (encerrado em março de 2024), o número de alunos do ensino fundamental e médio que se recusaram a ir à escola chegou a 346.482 — o maior já registrado. Embora os números mensais não sejam divulgados, muitos profissionais da área acreditam que a síndrome de junho esteja relacionada ao aumento nos casos de evasão escolar.
A recomendação dos especialistas é buscar ajuda profissional ao identificar sinais persistentes de esgotamento. Também é importante promover um ambiente de apoio emocional, evitar sobrecarga de tarefas e respeitar o ritmo de adaptação de cada indivíduo, seja no ambiente escolar ou profissional.