Iwate – A região nordeste do Japão foi surpreendida na madrugada desta terça-feira (2) por um forte tremor de magnitude 6.1 e intensidade 5- na escala japonesa (o máximo é 7). O tremor atingiu principalmente as prefeituras de Aomori e Iwate e não houve alerta de tsunami.
O epícentro foi a 80 quilômetros de profundidade ao norte de Iwate e as câmeras instaladas em localidades diferentes mostraram que o tremor durou por mais de um minuto. O tempo prolongado costuma ser responsável por muitos danos em prédios e construções, mesmo quando o terremoto tem intensidade mais fraca.
Porém, de acordo com uma reportagem da Emissora Fuji, a propagação de imagens falsas logo após o desastre acabou confundindo as autoridades. Este já é o terceiro terremoto forte que o país enfrenta desde o mês de março e logo após a ocorrência, alguns internautas divulgaram fotos nas redes sociais de casas e lojas com móveis e objetos caídos, os vidros estilhaçados.
As autoridades japonesas estão percebendo que, em muitos casos, são imagens de outros desastres naturais, publicadas de maneira irresponsável. No dia 21 de março, houve também um tremor de intensidade 5 nas províncias de Saitama e Tochigi.
No mesmo dia, uma pessoa postou a foto de uma casa com móveis e objetos caídos e quebrados no chão. A publicação dizia: “essa é a casa da minha família em Tochigi”. Porém, as imagens eram de outro desastre e por conta disso, a conta acabou suspensa.
Segundo o professor da Universidade de Tóquio, Junzo Kasahara, as publicações falsas em um momento de desastre natural não só provocam pânico na população como também podem prejudicar o trabalho das autoridades.
“Postagens como essa podem afetar significativamente as atividades de resgate e as medidas preventivas, por isso pedimos muito para que não disseminem imagens falsas nas redes sociais”, disse.
As autoridades acabam confusas quanto aos pedidos de resgates e podem acabar perdendo um tempo precioso com pedidos de ajuda falsos que surgem dessas publicações e dos compartilhamentos de usuários das redes.
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Os danos reais do terremoto
O terremoto desta madrugada foi assustador pelo tempo de duração e há muitos registros que mostram que o abalo foi intenso nas províncias mais afetadas. Uma câmera no vilarejo de Rokkasho, em Aomori, apontada para uma instalação nuclear, balançava agressivamente para um lado e outro durante a ocorrência.
Na cidade de Morioka, em Iwate, imagens internas da Emissora Iwate Menkoi TV exibiram um ruído alto, telas balançando violentamente e uma placa pendurada que também tremia com intensidade.
Houve também alguns danos em um supermercado na cidade de Kuji, também em Iwate. Garrafas de álcool voaram das prateleiras e havia muitos vidros estilhaçados no chão.
Em Hachinohe, cidade em Aomori, um cano de água acabou danificado com o impacto do tremor. A água jorrou no asfalto e inundou a calçada. Uma equipe de emergência teve que correr para fazer os reparos.
O terremoto foi caracterizado como um “movimento sísmico de longa duração”. É um fenômeno mais comum nos grandes terremotos e mesmo distante do epícentro, nestes casos o tremor tende a durar por um tempo prolongado.
O professor Junzo Kasahara explicou que os danos podem ser maiores do que o esperado de acordo com a intensidade do terremoto.
“Há uma amplitude maior do tremor perto da superfície da terra, que faz com que prédios altos balancem com força e isto ocorre mesmo quando a intensidade do tremor é mais fraca. Um abalo de intensidade 5 pode causar muitos danos nessas condições”, explicou.