Um levantamento divulgado pela empresa privada Teikoku Databank revelou que os preços dos alimentos no Japão subiram 0,6% em setembro, com 1.422 produtos impactados em relação ao mesmo mês do ano passado. Este é o nono mês consecutivo em que o número de reajustes supera o registrado no ano anterior, apontando para uma tendência de alta contínua.
Entre os itens mais afetados estão 427 tipos de temperos, incluindo molhos e maionese, 338 alimentos processados, como congelados, e 291 variedades de doces, com destaque para chocolates.
Segundo a pesquisa, até novembro deste ano, as indústrias alimentícias japonesas devem reajustar os preços de mais de 20 mil produtos, um número que representa 60% a mais do que o registrado em 2022.
Os principais fatores por trás da alta são o aumento no custo das matérias-primas, da energia e da logística. A Teikoku Databank observa que, ao contrário dos reajustes anteriores, que eram influenciados sobretudo pela alta do petróleo e pela desvalorização do iene, os aumentos atuais são motivados por questões internas — como a escassez de motoristas, que eleva os custos de transporte, e o crescimento dos salários. Especialistas alertam que essa tendência pode se prolongar nos próximos meses.
Em resposta às preocupações, o chefe de gabinete, Yoshimasa Hayashi, declarou após uma reunião ministerial que o primeiro-ministro Shigeru Ishiba reforça a necessidade de ampliar investimentos para estimular o crescimento econômico e garantir que os salários superem a inflação. O governo busca avançar em negociações multipartidárias para construir um consenso em torno de medidas que atenuem o impacto da alta de preços sobre os consumidores.