Tóquio – A polícia japonesa prendeu duas mulheres de 31 anos que utilizavam aplicativos de relacionamentos para aplicar uma série de furtos em homens desconhecidos.
Chiharu Sato e Rie Sakamoto agiam em conjunto em Tóquio e o esquema era simples. Rie enviava uma mensagem para a vítima, um desconhecido do aplicativo. Ela perguntava se poderiam se encontrar no mesmo dia e depois fazia o convite para o motel.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji, no mês passado, Rie enviou uma mensagem direta para um homem de 28 anos que conheceu na plataforma:
“Será que a gente pode se encontrar daqui a pouco em Ikebukuro?”
A vítima foi. Assim que se encontraram, Rie o convidou para um motel nas proximidades. Mais tarde, enquanto o homem tomava banho, ela foi embora com uma bolsa dele que tinha ¥43 mil.
Chamado de “hayawaza” em japonês, este tipo de furto “relâmpago” se caracteriza pela agilidade. A japonesa não levou mais do que 10 minutos para furtar a bolsa e ir embora do motel. Quando a vítima saiu do banho, estava sozinho e sem os pertences.
Dupla criminosa
A reportagem contou que Rie e Chiharu se conheceram há cinco anos, quando trabalhavam juntas em um cabaré. Em dezembro de 2020, Rie se mudou para o apartamento de Chiharu e elas passaram a viver juntas.
As duas mantinham uma relação hierárquica. Chiharu dava as instruções para a amiga, que executava os crimes e dividia o dinheiro.
A polícia verificou a troca de mensagens das duas pelo aplicativo LINE e encontrou uma foto do dinheiro furtado, que Rie enviou para Chiharu logo depois de cometer um dos crimes.
A investigação verificou ainda que o dinheiro era usado para pagar as despesas cotidianas e para comprar roupas e acessórios de marca, como bolsas e carteiras.
As mulheres confirmaram as acusações da polícia. Em Ikebukuro, houve mais de 20 casos semelhantes desde o mês de março, e o prejuízo das vítimas passou de ¥1 milhão. A polícia está investigando e acredita que as duas estão envolvidas nos outros casos.
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Cuidado com os aplicativos
O caso deixou muitos usuários dos aplicativos de relacionamento preocupados com possíveis golpes e enganações. A emissora Fuji conversou com alguns jovens, que falaram sobre o medo de acabar conhecendo um criminoso por uma plataforma popular.
“Tenho um conhecido que encontrou alguém por aplicativo e está muito bem, mas escuto recomendação para não usar”, disse um entrevistado na faixa de 20 anos.
“Eu sinto um pouco de medo de conhecer pessoas por aplicativos”, uma adolescente comentou.
O risco de ser enganado parece maior quando o contato do aplicativo age de forma vaga, chamando para um encontro sem aprofundar a conversa primeiro.
No entanto, as plataformas também se tornaram pontes para a atuação de golpistas. Nestes casos, a conversa é aprofundada durante dias ou semanas, até que a vítima desenvolva um apego emocional.
Depois disto, o criminoso age com conversas mentirosas e pedidos de dinheiro.
Neste ano, uma japonesa de 30 anos acabou perdendo ¥15 milhões ao sofrer um golpe em um aplicativos de relacionamentos.
Em entrevista ao Portal Shukan Prime, ela contou como foi enganada por um golpista a ponto de se apaixonar, acreditou na conversa e acabou transferindo o dinheiro sem suspeitar da armação.