Tóquio – A infidelidade é uma questão normalmente associada aos homens, mas a verdade é que também há muitas mulheres com relacionamentos fora do casamento. No Japão, o portal de notícias sobre trabalho, Career Connection, passou a coletar alguns depoimentos em uma pesquisa anônima.
As histórias enviadas por mulheres ao portal mostram que, entre as motivações para trair o companheiro estão insatisfações pessoais com a vida de casal, desapego emocional ao parceiro, mágoas e até mesmo vingança.
As mulheres também falaram sobre ter encontrado um amante que supra suas necessidades emocionais e sobre manter relacionamentos duradouros fora do casamento, ao mesmo tempo em que não conseguem se separar do marido.
Em um dos casos apresentados, uma japonesa na faixa de 60 anos de idade contou que convive com o mesmo amante há 13 anos.
“Nós dois somos casados, mas temos hobbies em comum, é divertido conversar com ele e nos encontramos escondido há 13 anos. Passamos fins de semana juntos e a cada dois ou três meses, saímos para viajar”, contou.
Ela disse ainda que é dona de casa e que nem ela e nem o amante podem se separar de seus cônjuges. Por isto, seguem se encontrando às escondidas por mais de uma década.
Uma traição descoberta no Japão normalmente não termina apenas em divórcio. Se houver provas da infidelidade, que podem ser obtidas com registros de mensagens no celular ou até mesmo ao contratar um detetive que flagre os encontros, o cônjuge traído pode entrar com um processo na justiça e pedir uma indenização na casa dos milhões de ienes.
Mesmo assim, não são poucas as histórias de homens e mulheres com amantes fixos ou temporários. Muitos homens que trabalham em empresas japonesas aproveitam ainda as viagens de negócios para ter encontros fora do casamento.
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As histórias de mulheres que traem
Outras mulheres que traem responderam ao levantamento do Career Connection e apresentaram situações diferentes no casamento e na vida pessoal. Um dos casos mais marcantes foi de uma japonesa, na faixa de 50 anos, que contou que começou a trair depois que o marido deu uma declaração ofensiva e de “extremo baixo nível”, como ela classificou.
“Ele disse um dia que a velha da minha mãe tinha mais é que morrer. Eu não tenho como perdoar isso. Tem coisas que não podem ser ditas ou feitas e depois que ele disse isso, eu me afastei emocionalmente dele. Esta é a nossa situação atual”, explicou.
Ela disse que conheceu um homem solteiro que tem o mesmo interesse que ela por beisebol. E então, começaram a se relacionar intimamente.
Outra mulher, também na faixa de 50 anos, contou que tem um amante que também é casado.
“Na época que começamos a nos relacionar eu e o meu marido estávamos vivendo em casas separadas e eu tinha cortado o contato com o meu pai. Passei muitos momentos difíceis quando conheci esse amante e ele me ajudou a suportar”, revelou.
O amante acabou cumprindo um papel que o marido não foi capaz. “Graças a ele eu voltei a confiar nas pessoas e enfrentei a minha mãe. Comecei a gostar de mim mesma e até hoje nos encontramos”, disse.
Entre as mulheres que traem, muitas circunstâncias parecem ir além do simples objetivo sexual. Mesmo assim, a atitude mais correta de pedir o divórcio antes de se relacionar com outra pessoa e terminar um casamento infeliz, acaba ignorada em muitos casos.