As gigantes japonesas Nissan Motor e Honda Motor decidiram encerrar as negociações para uma fusão que criaria o terceiro maior fabricante de automóveis do mundo. O anúncio ocorreu após meses de discussões que começaram em dezembro e visavam integrar as operações das empresas sob uma holding. Contudo, a proposta não foi adiante, e representantes das montadoras devem comentar o fracasso do acordo nas conferências de resultados trimestrais agendadas para esta quinta-feira.
Inicialmente, as negociações tinham como objetivo criar uma estrutura conjunta para enfrentar a crescente concorrência de rivais dos Estados Unidos e da China, especialmente no campo dos veículos elétricos e do desenvolvimento de software. No entanto, durante o processo, a Honda alterou sua estratégia e propôs adquirir a Nissan, transformando-a em uma subsidiária integral. A Nissan rejeitou a oferta e decidiu encerrar as discussões.
Em novembro, a Nissan já havia revelado planos para reverter sua situação financeira, que sofrera um grande impacto após a queda nos lucros. As medidas incluíam a redução da capacidade de produção global em 20% e o corte de 9.000 postos de trabalho. Agora, com o fim das negociações de fusão, o futuro da montadora parece incerto, com a necessidade de enormes investimentos em áreas como veículos elétricos, direção automatizada e novas tecnologias.
Sugiura Seiji, analista sênior do Tokai Tokyo Intelligence Laboratory, comentou que o fim das negociações é um golpe para os executivos de ambas as empresas. “Ambas falharam em fazer o esforço necessário para fechar o acordo. As montadoras japonesas estão vivendo uma revolução única, com novas tecnologias transformando a indústria automobilística. O fracasso dessas negociações apressadas é extremamente decepcionante”, afirmou Sugiura.
Além disso, o analista ressaltou que a Nissan enfrentará enormes desafios e precisará de um parceiro estratégico para se manter competitiva. “É inviável que a Nissan consiga fazer isso sozinha, especialmente em um cenário de rápidas mudanças no setor”, completou.
Sugiura também observou que a entrada da Honda nas negociações de fusão sugere que a empresa atravessa dificuldades financeiras e precisará acelerar esforços para cortar custos e revisar seus investimentos para se manter relevante no mercado global.