Nikko – É difícil imaginar o que possa ter acontecido com Tiphaine Véron, uma turista francesa que em julho de 2018, aos 36 anos, desapareceu durante uma viagem ao Japão.
Tiphaine foi visitar a famosa cidade de Nikko, na província de Tochigi. No dia 28 de julho daquele ano, fez check-in em um hotel e na manhã seguinte, deixou suas coisas no quarto, incluindo o passaporte e saiu para um passeio.
Ela nunca mais voltou. A polícia japonesa passou a investigar o caso com suspeita de acidente ou envolvimento criminal. A turista poderia ter sido raptada por alguém, mas também poderia ter escorregado na montanha ou sofrido algum acidente que tenha tornado difícil a localização do corpo.
Desde então, cinco anos se passaram e o caso ficou sem repostas. Em 2019, a mãe Anne e o irmão Damien visitaram Tochigi e fizeram protestos nas ruas. Eles queriam chamar atenção para que ela pudesse ter esperanças caso estivesse viva em algum lugar.
Mas nada resolveu. E neste ano, o Japão passou a ser pressionado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que dê respostas sobre o caso. De acordo com uma reportagem da Emissora Fuji, no mês passado, a ONU voltou a solicitar as autoridades japonesas para que voltem a investigar o desaparecimento.
Uma reunião da Convenção Internacional contra o Desaparecimento Forçado, realizada em março deste ano, discutiu o caso de Tiphaine. Os representantes falaram sobre as suspeitas de que alguém possa ter sequestrado ou assassinado a mulher e o Japão foi cobrado para que encontre o culpado.
O governo japonês respondeu que não há nenhuma evidência de crime, mas não quer revelar o que foi coletado na investigação.
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O mistério da investigação do caso
O que tem deixado a família da vítima e a comunidade internacional inconformada é o fato de que o Japão não quer revelar dados importantes e imagens que envolvam a investigação do desaparecimento.
E em cinco anos, houve poucos avanços. Ainda não se sabe o que pode ter acontecido com a turista e nem o corpo, restos mortais ou pertences foram localizados.
A reportagem da Fuji contou que a polícia reuniu 823 horas de gravações de 100 câmeras de segurança e analisou esse material. Porém, eles se recusaram a liberar essas imagens com a justificativa de que isso iria contra a política de privacidade e que a quantidade de dados era grande demais.
A ONU considerou como “lamentável” o comportamento do Japão com relação ao caso e a relutância de trazer mais esclarecimentos. A família de Tiphaine ainda tem esperanças de encontrá-la viva e não pretende desistir.
Na quinta-feira (12), Damien, o irmão de Tiphaine, chega ao Japão e deve reunir esforços para tentar algum avanço nas buscas pela irmã.
“Eu vou encontrar a minha querida irmã. Vou continuar procurando, isso não acabou. Nós não vamos nos esquecer dela”, disse ele para a Fuji.